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03/06/2013

Resposta Folha de S. Paulo

Resposta Folha de S. Paulo * Unifesp


Resposta Folha de S. Paulo Na edição da Folha de S. Paulo de 25 de maio, o repórter Luiz Caversan comete um grave equívoco de informação, no artigo: "As drogas e a guerra perdida", publicado em sua coluna. Segundo escreve Caversan: "(...) E ao que tudo indica o principal Estado e principal cidade do país consolidam esta linha de atuação, conforme ficou claro na participação do psiquiatra Ronaldo Laranjeira no programa Roda-Vida (TV Cultura) da última segunda-feira. Laranjeira, porta-voz de tudo o que se refere a drogas na Universidade Federal de São Paulo, agora também é responsável pela aplicação do programa do governo do Estado em que a tal "bolsa crack" se inclui e ainda por um outro programa referência da prefeitura paulistana, no populoso hospital Heliópolis." A afirmação segundo a qual o psiquiatra Ronaldo Laranjeira é "porta-voz de tudo o que se refere a drogas na Universidade Federal de São Paulo" é absolutamente incorreta. 

As posições defendidas pelo Prof. Ronaldo Ramos Laranjeira no Programa Roda-Viva exibido na semana passada na TV Cultura expressam sua posição pessoal sobre o tema, não sendo consensual nesta universidade. Como é próprio à natureza de uma universidade plural e democrática, há espaço para amplo debate de ideias e coexistem diferentes pontos de vista sobre esta e outras questões. 

Existem na Unifesp outros pesquisadores atuantes na mesma área, também reconhecidos nacional e internacionalmente, que não compartilham do seu ponto de vista e se posicionam a favor das políticas de redução de danos e outras iniciativas que visam promover uma visão mais abrangente da questão, não a limitando a ações na área da saúde mas promovendo ações educativas, de reinserção social e discussão política sobre os aspectos legais envolvendo esta complexa questão. Prof. Dra. Florianita Coelho Braga Campos Pró-reitora de Extensão da Unifesp.

22/05/2013

Tendências/Debates: Uma nova voz no debate sobre as drogas


Tendências/Debates: Uma nova voz no debate sobre as drogas

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
CÉSAR GAVIRIA
RICARDO LAGOS
ERNESTO ZEDILLO
GEORGE P. SHULTZ
PAUL VOLCKER
LOUISE ARBOUR


Após mais de quatro décadas de guerra fracassada contra as drogas, as declarações pedindo mudanças profundas nessa estratégia aumentam a cada dia. Na América Latina, o debate engrenou. Chefes de Estado da Colômbia, Guatemala, México e Uruguai assumiram a liderança para transformar suas políticas nacionais de drogas, desencadeando forte dinâmica de mudança por toda a região e ao redor do mundo.

A discussão chegou aos Estados Unidos. Pela primeira vez, a maioria dos norte-americanos apoiam a regulação da maconha para uso adulto. Em nenhum outro lugar tal apoio é tão evidente como em Washington e Colorado, que aprovaram leis locais nesse sentido.
A mudança na opinião pública representa um desafio não apenas à lei federal dos EUA, mas também às convenções da ONU e ao regime internacional sobre drogas.

Desde 2011, a Comissão Global de Política sobre Drogas, formada a partir da mudança de paradigma apresentada pela Comissão Latino-Americana de Drogas e Democracia, tem insistido nesse caminho. Mais de 20 lideranças globais vêm expondo as consequências desastrosas de políticas repressivas.

Nosso relatório "Sobre a Guerra às Drogas" traz duas recomendações principais: substituir a criminalização do uso de drogas por uma abordagem de saúde pública e experimentar modelos de regulação legal de drogas ilícitas para reduzir o poder do crime organizado. Ao promover uma verdadeira conversa global sobre a reforma na política de drogas, nós quebramos um tabu que perdurava há mais de século.

Na semana passada, uma inesperada voz foi adicionada ao debate. O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, apresentou ao presidente Juan Manuel Santos, da Colômbia, uma resposta à demanda dos chefes de Estado americanos.

O estudo da OEA propõe quatro possíveis cenários e reflete um consenso emergente na América Latina. Felizmente, nenhum cenário insiste em manter o status quo. A maior parte dos especialistas subscreve aos três primeiros cenários --trocar a repressão por abordagens que privilegiem a segurança cidadã, experiências com diferentes formas de regular drogas ilícitas e o fortalecimento da resiliência comunitária. Obviamente, todos concordam que o quarto cenário --a ameaça da criação de narcoestados-- deve ser evitado a qualquer custo.

Na prática, o relatório é o primeiro tratado de reforma de política de drogas proposto por uma organização multilateral. Indica caminhos complementares e não excludentes. Parte da premissa realista de que a demanda por substâncias psicoativas continuará a existir e que apenas uma pequena parte dos usuários se tornará dependente.

De fato, vários países e Estados já estão descriminalizando o uso de drogas, testando a regulação da maconha e implementando programas de redução de danos incluindo o fornecimento medicinal de drogas como a heroína. Essas políticas têm gerado resultados positivos e mensuráveis, e não o agravamento do consumo.

É tempo de permitir aos governos do mundo que, de forma responsável, experimentem modelos adequados às suas necessidades locais. A liderança demonstrada pelo presidente Santos e o secretário-geral da OEA é bem-vinda. Porém, o relatório é apenas um começo --autoridades do continente devem considerar seriamente as propostas de cenários e avaliar como suas políticas nacionais podem ser melhoradas. Assim, romperão com o ciclo vicioso de violência, corrupção e prisões superlotadas e priorizarão a saúde e a segurança das pessoas.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, ex-presidente do Brasil, CÉSAR GAVIRIA, ex-presidente da Colômbia,RICARDO LAGOS, ex-presidente do Chile, ERNESTO ZEDILLO, ex-presidente do México, GEORGE P. SHULTZ, ex-secretário de Estado dos EUA, PAUL VOLCKER, ex-presidente do Federal Reserve, e LOUISE ARBOUR, ex-alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, são membros da Comissão Global de Política sobre Drogas
PARA VER O ARTIGO DA FOLHA, CLIQUE AQUI.

14/05/2013

Ação foca modo mais radical de tratamento


Ação foca modo mais radical de tratamento
'Bolsa internação' financia entidades em detrimento do sistema público
MAURÍCIO FIOREESPECIAL PARA A FOLHA
O Cartão Recomeço ganhou instantaneamente o pejorativo apelido de "bolsa crack", mas está mais próximo de uma "bolsa internação".

É um programa de financiamento público de comunidades terapêuticas privadas por meio dos R$ 1.350 mensais que serão recebidos pelos familiares dos dependentes internados.

O abuso do crack, associado a profundas vulnerabilidades sociais, é problema grave, mas está levando o poder público a uma sucessão de políticas sem debate mais sistemático com especialistas.

A internação é um tratamento indicado para apenas uma parte dos dependentes de drogas e por pouco tempo.

Por ser um isolamento artificial, produz a sensação de proteção, daí seu apelo em situações dramáticas. Por outro lado, como outros tratamentos, mostra-se ineficaz na maioria das vezes.

É preocupante que as políticas coloquem a forma mais radical de tratamento como seu foco, pois isso parece muito mais aplacar os anseios de quem está do lado de fora do que se basear em evidências científicas.

Também é preocupante o financiamento direto de entidades privadas em detrimento do sistema público de atenção à saúde mental --que, não há dúvidas, precisa ser aperfeiçoado e ampliado.

Sem entrar em controvérsias conceituais, a ação suscita questões pontuais.

O Estado será capaz de garantir a laicidade do tratamento, posto que um número enorme de comunidades terapêuticas são religiosas?

Quais serão as formas de controle e os critérios de avaliação de qualidade e eficiência desse tratamento em médio e longo prazo?

Qual é o plano de auxílio para esses dependentes e suas famílias na fase mais difícil do tratamento, que é o retorno às ruas?

Com longo histórico de internações dos dependentes, como evitar que o sofrimento deles não estimule um lucrativo e perene negócio financiado por verba pública?


02/03/2013

Em quase um mês, plantão judicial registra 17 internações involuntárias


Em quase um mês, plantão judicial registra 17 internações involuntárias

DANIEL RONCAGLIA (FOLHA)
DE SÃO PAULO

Após 25 dias de funcionamento, o plantão judicial para agilizar a internação de dependentes químicos registrou apenas 17 internações involuntárias e nenhum caso de internação compulsória, informou nesta terça-feira o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

O programa iniciado no dia 21 de janeiro acontece no Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas do Estado), no bairro do Bom Retiro.

No lugar, além de funcionários ligados a área da saúde, há um juiz, um promotor e um integrante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para definir a necessidade de internação.

A internação compulsória está prevista na lei de psiquiatria. Para que ela ocorra é necessário que um médico assine um documento indicando que o usuário precisa ser internado, mesmo contra a vontade. A Justiça então decide se isso deve ou não ser feito.

Já a internação involuntária é entendida para os casos que contam com a vontade da família, mas não do dependente.

De acordo com Alckmin, o plantão judicial registrou 274 internações, sendo que 257 foram voluntárias.

O governo afirma que a procura no centro subiu de 30 consultas semanais para cerca de 60 diárias. "A demanda é muito grande. O Brasil infelizmente é o maior consumidor de crack do mundo", disse Alckmin, que participou hoje da entrega de 20 leitos para o tratamento de dependentes químicos.

O governo paulista diz contar com 910 leitos atualmente. Segundo Alckmin, a meta é entregar mais de 1.200 leitos até o final de seu governo.

Nesses 25 dias, Alckmin afirma que foram feitas mais de 10 mil orientações por telefones e 2.160 acolhimentos.

Para ver o link completo no site da Folha, clique aqui.
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