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23/10/2013

Os deserdados da terra

Os deserdados da terra

  • Longe de termos uma epidemia de crack, temos uma epidemia de abandono: 40% dos usuários de crack estão em situação de rua, vivendo um quadro de extrema privação social
  • ARTIGO - JULITA LEMGRUBER

A pesquisa recém-divulgada da Fundação Oswaldo Cruz sobre o perfil e o número dos usuários de crack no país é um importante alerta e chega em boa hora: o Senado está prestes a votar um projeto de lei que coloca o Brasil na contramão da história do ponto de vista da política sobre drogas, sacramentando a internação compulsória do dependente químico e aumentando a pena mínima para o tráfico, que passa a ser mais alta do que aquela para homicídio.
A pesquisa é um alerta, em primeiro lugar, porque revela números com precisão jamais vista. A partir de um sofisticado método (NSUM) que estimou o número de usuários, estejam eles onde estiverem, a partir de visitas domiciliares com 25.000 entrevistados, chegou-se à cifra de 370.000 usuários de crack e outras formas similares de cocaína fumada no país (www.fiocruz.br). Este número equivale a 0,8% da população das capitais brasileiras, ou seja, menos da metade do indicado por outros levantamentos exclusivamente domiciliares, com utilização de amostras muito reduzidas. Ademais, os que defendem os resultados de pesquisas anteriores ao rigoroso estudo da Fiocruz seguem afirmando que o Brasil vive uma epidemia de crack, quando não temos séries históricas confiáveis, utilizando metodologia efetiva para avaliação de populações não domiciliadas, como faz o NSUM. A situação detectada, embora grave, está muito distante do quadro de caos que se tentava difundir e que serve de justificativa para estratégias equivocadas e ultrapassadas na área das políticas sobre drogas.
Além da pesquisa domiciliar, a equipe da Fiocruz realizou também, em todas as regiões do país, levantamento dos locais utilizados por usuários de drogas como o crack e similares, superando em muito análises anteriores que se limitavam a estudos com algumas dezenas de pessoas, sem representatividade estatística. Justamente a partir desse levantamento é que se tem a dimensão da tragédia brasileira: longe de termos uma epidemia de crack, temos, como já se disse, uma epidemia de abandono. 40% dos usuários de crack estão em situação de rua, vivendo um quadro de extrema privação social. Uma população sem alternativas ou perspectivas, para quem a droga é a única fonte real de prazer, como lembra Carl Hart, professor da Universidade de Columbia. Em resumo, estamos diante de um relevante problema de saúde pública entre os “deserdados da terra” (como definiu Francisco Inácio Bastos, coordenador do projeto e pesquisador sênior da Fiocruz) e não entre pessoas encontráveis em seus domicílios, por meio de métodos tradicionais.
A pesquisa é, também, um alerta para aqueles que acreditam em internação compulsória e outros métodos medievais para tratamento dos usuários problemáticos de drogas. Na pesquisa da Fiocruz, 80% dos usuários, revelaram desejar tratamento, o que não quer dizer que as pessoas desejem ser privadas de sua liberdade e internadas em comunidades terapêuticas, em sua maior parte mantidas por grupos religiosos que fazem da adesão aos rituais e à prática da “fé” a estratégia de uma suposta “cura”. Precisamos investir recursos públicos, sobretudo, no atendimento e tratamento em meio livre.
Nunca é demais repetir: a grande maioria de usuários de drogas lícitas e ilícitas não desenvolve dependência e jamais vai precisar de tratamento porque faz uso recreacional. Apenas 9% dos que usam maconha, 17% dos que usam cocaína, e 15% dos que usam álcool se tornam dependentes. Aliás, é bom lembrar que nos Estados Unidos, além dos 22 estados que já legalizaram o uso medicinal da maconha, há outros dois que legalizaram o uso recreacional dessa substância: Colorado e Washington. Quando o país que levou o mundo a uma fatídica e genocida guerra às drogas começa a mudar de rumo, vale ficar atento.
Julita Lemgruber é socióloga e coordenadora do Cesec/Ucam

Para ver artigo de´´O GLOBO´´, clique aqui.

17/10/2013

MDMA could be effective in treating post-traumatic stress disorder – study

MDMA could be effective in treating post-traumatic stress disorder – study

Illegal drug commonly known as ecstasy reduces PTSD symptoms, doesn't harm memory and concentration, or induce drug abuse, researchers find
PTSD         
Soldiers often suffer from post-traumatic stress disorder after returning from active service in conflict zones. Photograph: Jae C Hong/AP
MDMA (the illegal drug ecstasy) may provide long term benefits as a treatment for post-traumatic stress disorder, according to a study which looked at its use alongside psychotherapy.
The research was a follow up to an earlier study published last year in which a group of 12 patients with chronic treatment resistant PTSD were given MDMA, and compared with another group of eight patients who were not, during and after psychotherapeutic treatment for their PTSD.
The new paper, which is published in the Journal of Psychopharmacology, has followed up all but one of the original participants, up to six years after they were treated with MDMA. The researchers found that their PTSD symptoms remained reduced, they didn't go on to abuse drugs, and there was no harm to memory and concentration after the treatment.
PTSD can be debilitating to those who suffer from it and there is a need for more effective treatment options. Some people vividly relive traumatic events in their past via uncontrollable flashbacks or nightmares; often those suffering from it will avoid anything linked to the traumatic event, which can lead to difficulties in daily life (if a person was assaulted while shopping for example, they may be unable to cope in crowded places afterwards).
In the original study, people were given MDMA up to a maximum of three times, and in a therapeutic setting (including extended therapy sessions involving overnight stays), so short term effects of the drug could be monitored, and long term harms would be unlikely. The people recruited for the study were those who had already received conventional treatment for PTSD, which had been unsuccessful. Although the number of people in the study was very small, they found that both groups' symptoms improved over time – those who received MDMA as well as psychotherapy showed a greater improvement up to two months after the end of treatment.
The follow up paper shows that improvements to most of the participants in the short term persist in the longer term; at least three years after treatment. Two participants relapsed after the end of the trial, and three did not answer the questionnaire, meaning the treatment was still not completely successful for everyone. This is not unusual in treating complex mental health problems. After the end of the initial study, all participants in the placebo group were offered further therapy with MDMA, and all but one accepted, so there is no longer a comparison group. This means it's harder to tell whether the participants would have got better anyway.
There's also another reason for caution. When running experiments that begin with an extremely ill population, as this study does, an improvement over time is highly likely due to an effect called 'regression to the mean'; if you only investigate people at one end of a spectrum, they are more likely to move back towards the middle of the spectrum, regardless of the treatment they receive.
Currently, sufferers are treated with selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs, the drugs often used to treat depression), and with psychotherapy including cognitive behavioural therapy and psychodynamic psychotherapy.
While these treatments are the best available at the moment, they are not that effective. Clinical trials of psychotherapy have shown that roughly a quarter of PTSD sufferers who enrol for treatment fail to complete it, and even for those who finish their treatment, recovery is not guaranteed.
Before it was made illegal, MDMA was sometimes used by psychotherapists to aid therapy sessions. People who use MDMA describe it as inducing euphoria and decreasing fear, but also report remaining clear headed and alert, unlike after using other drugs and alcohol. Psychotherapeutic techniques can involve asking patients to revisit their traumatic event in a safe environment, in order to try and eliminate the excessive reaction to the memories. In PTSD, the fear response to these memories can sometimes be so great that patients are unable to revisit them, even in the safety of a therapy session. If MDMA does reduce feelings of fear, but does not affect clear headedness, it could be a very useful tool for psychotherapists to help put patients at ease before they have to remember their trauma.
But MDMA is not without harms. Short term effects of use can include hyperthermia (the opposite of hypothermia; the body heats up) and dehydration. Researchers initially assumed this was because MDMA was often used at raves, where people danced in hot rooms and didn't drink, but experiments in lab conditions have shown these short term effects too. Also, there is evidence (although not all studies agree) that long term use can have damaging effects on memory, increase depression and anxiety, and lead to liver and teeth damage.
This is only a pilot study, it will need to be repeated with larger numbers of patients. But doing these kinds of studies using illegal recreational drugs can be very difficult.
Professor David Nutt's TV show 'Drugs Live' earlier this year was also attempting to investigate MDMA and PTSD, and he suggested there are difficulties in obtaining funding for conducting research into uses for illegal substances. As Mark Stokes pointed out recently, turning to TV to fund these experiments doesn't always make for brilliant science. This study was funded by a group called the Multidisciplinary Association for Psychedelic Studies, rather than a more traditional research fundingbody. In the current climate of austerity and spending cuts for science, it is hard to tell whether studies that examine uses of illegal drugs are being selectively less funded, or whether all areas of science are being forced to look to more unorthodox sources for money.
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09/10/2013

Legalização da Maconha Debate COMPLETO Folha de São Paulo. 20/10/2010

Legalização da Maconha Debate COMPLETO Folha de São Paulo.20/10/2010




Parte 01 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
PROIBIÇÃO e SAÚDE PÚBLICA com
Maria Lúcia Karam Ex Juiza de Direito Membro LEAP
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN

Parte 02 de 7.
LEGALIZAÇÃO da MACONHA
Maria Lúcia Karam Ex Juiza de Direito Membro LEAP
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Marcus Susskind - Arqueólogo- Trabalha com famílias de Judeus adictos
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN

Parte 3 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
MACONHA MEDICINAL e ESQUIZOFRENIA
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN
Renato Malcher - Neurobiólogo - Phd Neurociência

Parte 4 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
MERCADO LEGAL X MERCADO PARALELO
Maria Lúcia Karam Ex Juiza de Direito Membro LEAP
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN

Parte 5 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
MODELO DA SUÉCIA
Maria Lúcia Karam Ex Juiza de Direito Membro LEAP
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN

Parte 6 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
INFORMAÇÃO E USO MEDICINAL
Marcus Susskind - Arqueólogo- Trabalha com famílias de Judeus adictos
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN
Renato Malcher - Neurobiólogo - Phd Neurociência

Parte 7 de 7.FOLHA DE S.Paulo 20/10/2010
USUÁRIOS DE MACONHA
Maria Lúcia Karam Ex Juiza de Direito Membro LEAP
Ronaldo Laranjeira - Psiquiatra - Prof Titular Psiquiatria da UNIFESP
Sidarta Ribeiro -Neuro Cientista -Prof° Titular de Neurociência da UFRN
Marcus Susskind - Arqueólogo- Trabalha com famílias de Judeus adictos


22/09/2013

De palhaço, médico combate o crack

De palhaço, médico combate o crack

Psiquiatra usa fantasia para se aproximar dos usuários e convencê-los a buscar tratamento

BRUNO PAES MANSO - O Estado de S.Paulo
O sol começava a sair de trás das nuvens, por volta das 10h de anteontem, quando o psiquiatra Flavio Falcone, de 33 anos, formado pela Universidade de São Paulo (USP), abriu a porta do banheiro da Unidade De Braços Abertos, na Rua Helvetia, no coração da Cracolândia, centro de São Paulo. Com um nariz de bola vermelha e o rosto maquiado, usando uma cartola branca, terno de tecido grosso e uma gravata feita com gaze, ele já havia incorporado o palhaço Fanfarrone.
Médico se aproxima dos usuários - Felipe Rau/Estadão
Felipe Rau/Estadão
Médico se aproxima dos usuários
Pela décima vez nos últimos dois meses, Falcone repetia o ritual das últimas sextas-feiras. Fantasiado, aborda os usuários de crack nas ruas lotadas da Cracolândia para ganhar a confiança deles e convencê-los a iniciar um tratamento que possa livrá-los de uma das drogas mais consumidas no País. Um em cada três (35%) consumidores de drogas ilícitas nas capitais do País usa crack, conforme pesquisa inédita da Fundação Oswaldo Cruz, divulgada na quinta-feira.
As vestimentas do médico são inspiradas em Zé Pelintra, entidade da umbanda que, segundo uma versão sobre sua morte, bebia demais e foi atropelado depois de adormecer na linha de trem. "O palhaço ajuda a estabelecer uma relação horizontal, de igual para igual, com o povo daqui. De médico, imediatamente se cria uma hierarquia que eu prefiro desconstruir", diz. Depois dos primeiros passeios, um pandeiro também passou a fazer parte dos acessórios da peregrinação. Quando os usuários viam o palhaço, muitos o rodeavam e começavam a cantar com ele.
Logo nos primeiros passos, Fanfarrone é abordado por uma mulher de cerca de 30 anos, magra, cabelos castanhos, envelhecida pela droga, que vem conversar sobre astrologia. Ela pergunta o signo do palhaço, que responde ser de escorpião. A moça conta a história do marido do mesmo signo, que consome crack com ela. "Eu fumo para ficar na brisa, para ouvir música, para fazer amor. Ele fuma e fica violento, fala bobagens, me bate. Quando escorpião dá para ser ruim, sai de baixo", diz a moça.
Uma liderança da cena local começa a acompanhar Fanfarrone, depois de comunicada de que haveria fotos e que o repórter iria junto. Pardal, de 50 anos, foi com um chapéu verde-amarelo, segurando um acessório de penas coloridas. Usa óculos sem lentes para "passar uma imagem de respeito", que ele tira durante os bate-bocas com outros frequentadores.
Pardal estava agitado na manhã de sexta, sob o efeito da pedra. Contou que a Escola de Samba Tom Maior havia sido criada em sua casa, na zona sul, e depois se emocionou ao falar do filho que foi preso aos 15 anos e só agora havia saído da prisão. Assumiu com o palhaço o compromisso de participar de um grupo de música para o bairro, projeto ainda a ser apresentado ao poder público.
Fanfarrone segue pela Helvetia em direção à Rua Dino Bueno, onde fica "o fluxo", termo usado para definir o movimento de venda e consumo intenso da pedra. Ganha um boneco de pelúcia de presente de uma moça, que pede que ele guarde o bichinho com cuidado. Metros adiante, Fanfarrone perde o boneco, levado de seu bolso por um homem.
A rua está agitada às 10h30. Barraquinhas de roupas velhas ficam na calçada, num comércio de objetos sem valor para fazer dinheiro para manter o consumo da pedra. Em outro, são vendidos carrinhos de plástico quebrados e muitos restos de equipamentos eletrônicos. Um jovem branco, de cabelos claros e compridos, tenta vender uma bela jaqueta preta, no meio do fluxo, para obter recursos e comprar mais pedra.
Fanfarrone segue decidido, passando em meio à multidão efervescente. Para a reportagem, ele diz que a escolha do palhaço não foi gratuita. "O palhaço, na verdade, deu sentido para minha vida. Aqui, eu também busco a minha cura", conta. Criado em Piracicaba, no interior de São Paulo, ele sempre foi uma criança tímida. Seus pais eram donos de uma escola de balé. Desde os 4 anos, ele assistia, discretamente, a quase todas as aulas. Depois, repetia as coreografias escondido.
Sonho. Aos 14 anos, sonhou que estava tratando de dependentes químicos. Foi quando decidiu ser psiquiatra. Sempre teve facilidade com os estudos e ingressou na USP. Junto com a Medicina, passou a fazer aulas de palhaço e conseguiu se livrar da depressão que o perseguia. "O palhaço lida com as sombras. Ele revela o lado ridículo de situações que, às vezes, levamos muito a sério. Eu sempre fui uma pessoa tímida. Passei a rir de mim mesmo, o que foi mais eficiente do que qualquer terapia. Parece que, hoje, renasci e vivo em outra encarnação", diz.
A sombra dos frequentadores da Cracolândia, para o palhaço, é o potencial muitas vezes desperdiçado daquelas pessoas. Fanfarrone continua andando no meio da confusão, com gente de olhos arregalados por todos os lados, cachimbos de aço sendo acesos, discussões e dedos em riste, quando, de repente, um cego de roupa social aparece, tentando passar no meio do fluxo com a ajuda da bengala. Tudo pode parecer muito triste, mas Fanfarrone acredita no poder terapêutico de transformar em riso a miséria humana.
Nos primeiros dois meses de atividade, ele calcula ter conseguido "construir vínculos" com 30 pessoas. Um deles era HIV positivo. Depois de saber que tinha a doença, decidiu "morrer na Cracolândia". Fanfarrone disse que hoje pessoas com aids podem sobreviver por anos, desde que medicadas. Ao saber disso, o jovem começou a se tratar. Mas permanece na Cracolândia.
Fanfarrone evita arriscar um palpite sobre quanto tempo a região ainda vai conviver com a cidade. Mas arrisca uma definição sobre o local: "a Cracolândia é a sombra da cidade de São Paulo".
Artigo retirado de Estadão. Para saber mais clique aqui.

14/09/2013

Idosos e o uso abusivo de drogas com prescrição médica.

Idosos e o uso abusivo de drogas com prescrição médica.

Dr.Renato Laks*

Quando pensamos no uso abusivo de drogas, sempre nos lembramos do álcool, cigarro e das drogas ilícitas. No entanto, existem medicamentos usados no tratamento de doenças que também causam dependência, abstinência e diversos efeitos colaterais.

Ao prescrever medicamentos que apresentam esses riscos, os médicos levam em consideração todos os outros antecedentes e tratamentos realizados pelos pacientes e a sua interação com a medicação proposta, possibilitando toda a segurança necessária para o tratamento.

Retirado de google.com
 A faixa etária mais idosa, principalmente acima dos 80 anos de idade, é a que mais cresce no Brasil e no mundo. Com o envelhecimento é comum aumentar o número de morbidades, como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, o que leva ao aumento do uso de medicações. Além disso, aumenta o número de especialistas acompanhando o mesmo paciente, como cardiologistas, endocrinologistas, neurologistas, entre outros. Essa polifarmácia (nome usado para o consumo de mais de 5 medicamentos diferentes pelo mesmo indivíduo) associada aos grande número de profissionais piora muito os riscos de se perder o controle adequado do tratamento e do paciente não conseguir frequentar adequadamente o grande número de consultas solicitadas pelos diferentes médicos.


Nesse contexto de muita gente envolvida, sempre existe algum parente, amigo ou conhecido que recomenda um tratamento que deu certo no passado, ampliando ainda mais o risco de uso abusivo de medicações controladas. O uso abusivo desses medicamentos controlados pode ter efeitos lesivos, semelhantes a muitas das drogas ilícitas.


Portanto, pode-se concluir ser necessária muita atenção no uso de medicamentos para que os mesmos causem o bem do paciente, com os menores riscos possíveis. Deve-se manter o acompanhamento de rotina com a equipe medica que prescreveu a medicação e sempre relatar todo o tratamento atual nas consultas, evitando-se o auto-tratamento.

* Dr.Renato Laks
Clínica Médica e Geriatria
www.renatolaks.com
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