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11/03/2014

Qat, a nova droga que desafia os proibicionistas

Qat, a nova droga que desafia os proibicionistas.

Natural do Iêmen (como o café), comprovadamente inofensiva, planta psicoativa chega à Europa, vencendo complexa logística. Haverá maturidade para encará-la sem preconceitos?
Por Roberto Cattani
qat.jpgDescobri o qat nos anos 1970, quando fui para o Iêmen, que era então um dos países mais isolados e desconhecidos do mundo, para entrar na Eritreia, em guerra com a Etiópia. Fiquei um mês lá, aguardando o momento certo para cruzar o Mar Vermelho e me juntar aos guerrilheiros da Frente Popular de Liberação da Eritréia (Fple). Deu tempo para conhecer os iemenitas, e os costumes do país. O mais marcante é o consumo do qat. Muitos iemenitas tinham (e ainda hoje têm) a bochecha direita ou esquerda deformada, flácida, de tanto guardar nela o bolo de folhas, para chupá-lo devagar, ao longo do dia, até a noite.
Para esses iemenitas, para os somalis, para os moradores de Djibuti (a estratégica ex-colônia francesa que controla a entrada e saída no Mar Vermelho), para uma parte dos etíopes e quenianos, o qat é exatamente o que a coca representa para os povos andinos.
É o vício cotidiano para os povos doa região chamada de Chifre da África, o que o café representa para os povos mais modernizados; é o estímulo absorvido, dia após dia, para enfrentar as dificuldades e os esforços da vida. Mas a dose de anfetamina natural contida na catha edulis é muito maior que em qualquer outra planta, incluindo a coca. Naquela época, fiquei me perguntando quando é que os grandes traficantes internacionais, sejam eles colombianos ou sicilianos (os cartéis mexicanos, hoje os mais poderosos do mundo, nem existiam então), iam descobrir o qat, e processá-lo quimicamente para extrair uma qataína, da mesma forma que a cocaína extraída da coca.
Agora parece que chegou a hora: o qat é o novo grande negócio, para os traficantes internacionais de entorpecentes, e até para os grupos terroristas que financiam suas atividades com as drogas, como al-Qaeda. Na Europa, hoje em dia, a diáspora somali e etíope representa um grande mercado já disponível, e cada vez mais europeus ficaram fisgados, depois de experimentar essa anfetamina natural, que aparentemente não apresenta nenhum tipo de contra-indicação e de sequela negativa, mesmo com o uso cotidiano e prolongado. Não é a qataína que eu estava imaginando (aparentemente, há problemas técnicos em extrair o princípio ativo do qat e transformá-lo numa substância de fácil assimilação). Mas ainda assim representa hoje, na Europa, um tráfico pouco inferior à cocaína e heroína, e maior que a maconha. Em 2013, foram sequestradas várias toneladas de folhas frescas nos aeroportos da Europa, para um valor comparável aos entorpecentes mais valorizados. E a tendência é aumentar a cada ano.
Os chineses tentaram ser os primeiros a reproduzir o princípio ativo do qat (qathinone), e chegaram a produzir uma substância química (mephedrone) bastante eficaz para dar um “barato” barato, mas a porcaria causou a morte de 26 pessoas durante as primeiras semanas de distribuição.
Os grandes traficantes de qat preferem limitar-se a distribuir as folhas frescas que, quando mastigadas, provocam um efeito considerado inigualável, pelos consumidores habituais (eu vomitei até as entranhas, quando experimentei pela primeira vez; mas depois, deu para apreciar).
O grande problema logístico do qat, ao contrário da coca, é que depois de 48 horas de colhido, ele perde todas suas propriedades estimulantes, que evaporam ao calor da África Oriental. Por isso, o transporte desde as plantações do Quênia e da Etiópia, onde é produzida a maior parte do qat exportado atualmente, precisa demorar menos de um dia, para chegar até os mercados de consumidores ávidos das folhas verdes. Quanto mais fresco, tanto mais eficaz e valioso. Isto quer dizer que quem tiver o sistema mais funcional e desenvolvido para levar os feixes de folhas desde as plantações, nas alturas do altiplano centro-africano, até os centros de distribuição europeus, controla um mercado de vários milhões de dólares por dia.
Uma mulher etíope muçulmana, mãe solteira de dez filhos, tornou-se, na última década, o maior chefão do tráfico de qat e, de quebra, a mulher mais rica e poderosa da África, segundo uma pesquisa da revista alemã Die Welt. Suhura Ismail Khan fundou em 1998, e dirige ainda hoje, a empresa “571”, que exporta 50 toneladas de qat por dia, com seus próprios aviões de carga de última geração. “Meus funcionários são seiscentos mas, entre cultivadores e revendedores, dou trabalho a vários milhares de pessoas, numa região onde não tem trabalho”, gosta de se gabar Suhura, que garante pessoalmente nunca ter experimentado o qat, apesar de trabalhar 14 horas por dia. Num país como a Etiópia, entre os mais pobres do mundo, a produção e comercialização deqat representa 17% do PIB, e a maior exportação nacional. Por contraste, no Iêmen, onde mais de 70% da população consome cotidianamente o qat desde a infância, a planta representa 11% do PIB, mas fica no consumo do mercado interno, e não é exportada - provavelmente por falta de organização e estruturas comerciais como a da “571”.
Por contraste, a máquina montada pela etíope Suhura é de uma eficácia impressionante. Todo dia, o ano todo, milhares de pequenos cultivadores entregam os feixes de folhas, valendo cada um entre 800 e 1.500 dólares, para centenas de transportadores e intermediários, cujas picapes francesas e japonesas fazem o difícil percurso das montanhas do Harar, na Etiópia, e do altiplano de Hargeysa, no Somaliland, onde o qat cresce melhor, até os portos e aeroportos de distribuição, de onde saem rumo à Grã-Bretanha e à Itália, os dois maiores mercados europeus. Para ir do Harar até Londres, percorrendo as precárias e sinuosas estradas de terra a 120 por hora até os jatos executivos, o qat demora menos de 16 horas para viajar 7 mil quilômetros, e chegar verde e fresquinho como exige o consumidor final.
Essa é a maior dificuldade que encontra al-Shebaab, a organização fundamentalista somali ligada à al-Qaeda, desde que há três anos decidiu entrar no comércio do qat para financiar suas atividades. Apesar de condenar o uso do qat por (discutíveis) razões religiosas, os fundamentalistas não veem nenhum problema em vender a substância (da mesma forma que os talibãs com ópio e heroína) para os não-muçulmanos. Mas eles não têm o know-how e a fachada limpa para montar uma rede de transporte e distribuição oficial, como no caso da “571”. Então, por um lado, operam com empresas de fachada em Nairóbi e Mogadíscio e, por outro lado, distribuem a droga, por meio de lanchas rápidas como aquelas dos piratas somalis, no litoral da Somália e do Iêmen e nos países do entorno, como Djibuti, Eritréia e Puntland. Com a vantagem de ampliar, ao mesmo tempo, o controle social e psíquico sobre parte da população da área.
qat é uma tradição milenar no Iêmen. Ainda que hoje em dia os fundamentalistas o condenem, desde os primeiros séculos do Islã os místicos das confrarias sufi adotaram a droga para ficar acordados a noite inteira para os ritos e a invocação. Nas dezenas de santuários da cidade sagrada de Harar, os ‘zikri’, as cerimônias místicas coletivas muçulmanas (às quais participam também frequentemente fiéis coptas), incentivam os participantes exaltados pelo efeito das folhas, mastigadas durante horas e horas, até o transe de união com Allah, e a exaustão física.
Contudo, está surgindo e se espalhando uma frente cívica modernizadora, de condenação da droga tradicional, no Iêmen e no Quênia. No país da península arábica (o mais pobre dos países árabes), em 2012 a jornalista iemenita Hind al-Eryani (expatriada no Líbano) lançou um “no-qat day”, iniciativa imediatamente apoiada por Tawakkul Karman, ativista também iemenita, prêmio Nobel da Paz de 2012, e por milhares de cidadãos (os poucos não viciados, aparentemente). O objetivo da campanha é proibir imediatamente o consumo nos edifícios públicos, para chegar a uma proibição total até 2033. Não seria uma medida popular: em 1972, uma tentativa análoga levou à renúncia do poderoso primeiro ministro corone,l Mohsen al-Aini, que quis tirar o poder das grandes famílias (pertencentes a outro grupo tribal) que controlam a produção e a distribuição do qat no Iêmen.
Já no Quênia, um dos países mais ricos e desenvolvidos do continente, o movimento anti-qat é liderado pelo advogado e ativista Abukar Awale, educado nos Estados Unidos (será só uma coincidência?). Awale obteve grande sucesso quando conseguiu convencer a ministra do Interior da Grã-Bretanha, a conservadora Theresa May, a banir e proibir oficialmente o qat, com o argumento dos riscos dos traficantes internacionais e organizações terroristas estarem por trás da importação. Isso, apesar do parecer favorável à substância de um grupo de pesquisadores -- nomeados pela própria May – que não encontrou nenhum argumento legal e científico para a proibição de uma substância não-prejudicial para a saúde e a sociedade.
Mas a pesquisa, aparentemente objetiva, visto o resultado, realizada pelos experts britânicos, levanta justamente a questão crucial: até agora, todas as análises médicas e estudos científicos mostram que o qat não é prejudicial à saúde, mesmo absorvido em grandes quantidades e por longos períodos, e é até benéfico, usado com moderação. Assim como poderia se dizer do café, do guaraná, e de outras substâncias moderadamente excitantes naturais.
Aliás, é curioso notar que a região de Mokka, no interior do Iêmen, é considerada a origem do café, assim como do qat. Uma compensação divina por ser o único país árabe onde nunca foi encontrado petróleo?
Então, por que condenar e banir uma substância e um costume que muitos povos consomem, como o resto do mundo faz com o café? Será mais um aspecto da típica imposição ocidental, tipo “o que eu faço está certo, o que os demais fazem está errado”? Ou ainda: “Meu cafezinho é apenas um hábito, esse costume deles de chupar folhas é um vício, que põe em risco a sociedade inteira”.
Entramos aqui na areia movediça do debate da legalização das drogas, “leves” ou “pesadas” que sejam (quem define o que, quais são os parâmetros?). O Uruguai atualizou o debate já antigo, mas novamente atual, entregando ao Estado o comércio da maconha. Alguns Estados dos EUA estão seguindo o mesmo caminho, com resultados promissores.
Voltando ao qat, que para muitos observadores científicos, nem entorpecente poderia ser considerado, não seria muito mais lógico e eficaz controlar de forma oficial e legal o sistema de distribuição, impedindo, desde a produção, que seja controlado e manipulado por organizações ilegais e até terroristas? Banir substâncias, usos e costumes que fazem parte enraizada da cultura dos povos é coisa de fundamentalistas, evangélicos e outros fanáticos modernizadores, moralistas e repressores. As sociedades tolerantes, positivas e maduras englobam e garantem, sem discriminação e sem demonização.
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Roberto Cattani é jornalista. Foi presidente da Associação de Correspondentes Estrangeiros em São Paulo


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08/03/2014

ONU sugere pela primeira vez a descriminalização do consumo de drogas

ONU sugere pela primeira vez a descriminalização do consumo de drogas


A ONU admite em um documento elaborado para uma reunião na próxima semana em Viena que os objetivos na luta mundial contra as drogas não foram cumpridos até agora e sugere pela primeira vez a descriminalização do consumo de entorpecentes.

"A descriminalização do consumo de drogas pode ser uma forma eficaz de 'descongestionar' as prisões, redistribuir recursos para atribuí-los ao tratamento e facilitar a reabilitação", afirma um relatório de 22 páginas do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (UNODC), ao qual a Agência Efe teve acesso.
A UNODC não quis fazer comentários à Efe sobre o conteúdo do documento, mas várias fontes diplomáticas especializadas em política de drogas concordaram que é a primeira vez que o organismo menciona a descriminalização de forma aberta.

A descriminalização do consumo pessoal, já aplicado em alguns caso no Brasil e vários países europeus, supõe que o uso de drogas seja passível de sanções alternativas ao encarceramento, como multas ou tratamentos.

No caso específico do Uruguai foi legalizada a compra e venda e o cultivo de maconha, e estabelecida a criação de um ente estatal regulador da droga.

Em qualquer caso, a descriminalização não representa uma legalização nem o acesso liberado à droga, que segundo os tratados só pode ser usada para fins médicos e científicos, mas não recreativos. Portanto, o consumo seguiria sendo sancionável (com multas ou tratamentos obrigatórios), mas deixaria de ser um delito penal.

A UNODC assegura no relatório que "os tratados encorajam o recurso a alternativas à prisão" e ressalta que se deve considerar os consumidores de entorpecentes como "pacientes em tratamento" e não como "delinquentes".


Na próxima quinta-feira (13) em Viena, a comunidade internacional avaliará na Comissão de Entorpecentes da ONU a situação do problema das drogas e se foram cumpridos os objetivos pactuados em 2009 em um roteiro para uma década, quando em 2014 já se percorreu a metade do caminho.
Em 2009, os Estados da Comissão adotaram uma Declaração Política que previa que se "elimine ou reduza consideravelmente" a oferta e a demanda de drogas até o ano 2019, um ambicioso objetivo que por enquanto está longe de ser cumprido.

Para o debate deste ano, a UNODC elaborou este relatório, assinado por seu diretor executivo, o russo Yury Fedotov, no qual avalia a situação atual da luta contra as drogas.
O relatório aponta progressos "desiguais", mas reconhece que "a magnitude geral da demanda de drogas não mudou substancialmente em nível mundial", o que contrasta com os objetivos fixados em 2009.
Apesar de a UNODC ressaltar que o mercado da cocaína e o do cannabis se reduziram, reconhece que o aumento dos estimulantes sintéticos, mais difíceis de detectar, e a recente aparição de centenas de novos entorpecentes de última geração enfraquecem esses avanços.

A prevalência mundial do consumo de drogas continua assim "estável" em torno de 5% da população adulta, e as mortes anuais causadas por seu consumo se situam em 210 mil pessoas.

A UNODC admite as dificuldades para precisar as tendências globais das drogas pela carência de dados fidedignos sobre o narcotráfico, o dinheiro lavado dos entorpecentes e a fabricação de substâncias sintéticas, entre outros aspectos.
A queda do consumo de drogas nos países ricos se viu compensada com um aumento nos países em desenvolvimento, que não estão tão preparados nem têm recursos suficientes, lamenta a UNODC.

Também se indica que "o tráfico de drogas desencadeou uma onda de violência" na América Latina e que em "alguns países da América Central se registraram os índices de homicídio mais elevados do mundo, frequentemente com números de mortos superiores aos de alguns países afetados por conflitos armados".

Em seguida, se destaca que alguns líderes latino-americanos chamaram atenção para os enormes recursos que movimentam os narcotraficantes e solicitaram, segundo a UNODC, que "se examinem os enfoques atuais do problema mundial da droga".

O relatório assinala que "é importante reafirmar o espírito original dos tratados, que se centra na saúde. O propósito dos tratados não é travar uma 'guerra contra as drogas', mas proteger a 'saúde física e moral da humanidade'".

O documento insiste que a legislação internacional sobre drogas é flexível o bastante para aplicar outras políticas, mais centradas na saúde pública e menos na repressão.

No entanto, a UNODC adverte que menosprezar as leis internacionais contra as drogas piorará a situação, já que "um acesso não controlado às drogas" ajuda "o risco de um aumento considerável do consumo nocivo de entorpecentes".

Além disso, salienta a importância da prevenção e do tratamento, e ressalta que os direitos humanos devem ser respeitados sempre na hora de combater as drogas e critica a aplicação da pena de morte por delitos de tráfico ou consumo de entorpecentes.

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05/03/2014

A lethal ignorance: We could make drugs safer. We choose not to

A lethal ignorance: We could make drugs safer. We choose not to

Deaths from PMA, a more toxic form of ecstasy, are rising in the UK, but are almost unknown in countries that take a more pragmatic approach.

The story of paramethoxyamphetamine, or PMA, is a neat parable of the war on drugs: a story of unintended consequences, a problem with viable solutions that are being ignored. Fixing this problem will not fix everything else. It is a relatively small part of the picture. But the logic that drives our response to it stands as a bottomlessly depressing symbol of the whole.
PMA has been around since the 1970s. It has some similar effects to MDMA (ecstasy), and it really came to prominence when efforts to crack down on that drug began to succeed in the mid-1990s. “It is a classic example,” says David Nutt, the former government adviser who now chairs the Independent Scientific Committee on Drugs. “Prohibition has led to the attempt to avoid prohibition, and therefore the production of more toxic substances.”
The purity of ecstasy tablets is often higher now than it was a few years ago. But unscrupulous dealers like the fact that PMA is cheaper, and it appears to be more prevalent than ever. There were no recorded deaths caused by PMA in the UK in 2009 or 2010; in 2011, there were five; in 2012, there were at least 17. The total for 2013 will be higher again. And yet, no one is using it on purpose. “There’s a gulf between what people are buying and what they think they are buying,” says Fiona Measham, a professor of criminology at Durham University and a leading authority on drug trends. “That gulf is growing.”
PMA is often described in newspaper headlines as “stronger” than MDMA. But it doesn’t get you higher. It’s just more toxic. What’s more, the effects of PMA take longer to come on, and a small increase can turn a relatively safe dose into a dangerous one. So people take a pill, think it’s poor quality ecstasy when they don’t feel anything after an hour, and take more to catch up. And then things go wrong.
Nicole Tomlinson was one of those who died in 2012. She had taken what she believed to be ecstasy when she was given it by her boyfriend, James Meaney; when nothing happened, they each took another two doses. Tomlinson was 19 years’ old. The couple’s child was two when she died. Last week, Meaney, 22, was sentenced to seven months in prison.
There is no question that Meaney bears a terrible responsibility for the fact that his child will grow up without a mother. But ultimately, his story is one of haplessness; on the other side of the equation is an approach so negligent that it is hard to distinguish from deliberate malice. The truth is, one simple step might have considerably reduced the chances of Nicole Tomlinson’s death, and that of many other victims of PMA: the provision of drug-testing facilities at clubs, so that researchers can find out which varieties of pill are not what they are said to be, and let people know.
This sort of scheme could be instituted this week without any legal difficulty. It is, of course, impossible to test every pill: you’d do well to operate in one or two big clubs in a particular city. But proper testing reshapes the market. It gives people the knowledge they need to make better decisions. Every headline on the Tomlinson story features the word “ecstasy”. But it wasn’t ecstasy that killed her. It was ignorance. If she had taken ecstasy, she would have been fine.
Such testing regimes run in Austria and the Netherlands. And to those involved, Britain’s resistance to a protocol with real evidence behind it seems perverse. “If we are not there, there is no information,” argues Rainer Schmid, a toxicologist and founder of Vienna’s “checkit!” project. “In Britain, it is a cynical approach, if you ask me. You know what is happening, and you say, no, we don’t want to solve it.”
The Home Office sees things differently. “We have no plans to introduce testing centres for illegal drugs,” it says. “Drugs are illegal because they are dangerous.”
This piercing insight didn’t do much good for Nick Bonnie, a 30-year-old youth worker who took a dodgy pill on a night out at Manchester’s The Warehouse Project last year. Bonnie and four of his friends were hospitalised. Bonnie died. The batch of pills they took is suspected to have contained PMA.
The Warehouse Project already went to admirable lengths to protect people; now it goes even further. It has sniffer dogs, a hefty security presence, amnesty boxes, and a boss vehemently opposed to drug use. “I’ve seen so many people fall by the wayside,” says Sacha Lord. “But everyone has to understand that drugs are going to be taken into a venue. If there was something we could do to prevent these tragedies, of course we would endorse it.”
Lord, for his part, is unconvinced about the benefits of on-the-spot testing. But he did let the Home Office run a scheme at The Warehouse Project which analysed samples from the club’s amnesty bins in the hope of getting better information for researchers. After the death of Nick Bonnie, Lord, who was devastated, decided that if that analysis revealed the presence of PMA, that information should be circulated in the club. “Information on its own doesn’t necessarily change behaviour,” says Fiona Measham, who ran the project. “There’s a complex relationship between information and behaviour change. But it’s certainly a useful piece in the jigsaw.”
As Measham suggests, a service like checkit! is not a panacea. John Ramsey, a toxicologist who runs the commercial drugs database, TicTac, says: “Most people who die on the club scene die from taking perfectly normal MDMA tablets. If I test their pills they’re going to take them and they’re going to die. There are better casualty avoidance strategies.”
If so, though, their deployment is not obvious at the moment. At the moment, the strategy for this particular skirmish in the wider war appears to consist of telling people that a drug they don’t want to take anyway is bad for them without giving them any means of identifying it. You might as well tell people to avoid the plane with the faulty engine. Besides, the European testing units would disagree that their strategy is ineffective: in both the Netherlands and Austria, deaths from PMA are vanishingly rare. In 2012, the same year in which 17 PMA-related deaths were reported in Britain, the Netherlands did not record a single such fatality.
In Britain, successive governments have turned down the opportunity to act. It is hard to see any reason for this failure other than the exigencies of electoral politics. “We were trying to bring it in, we were desperate to,” says David Nutt, of his time as chairman of the government’s Advisory Council on the Misuse of Drugs. “We had informal discussions with the Dutch testers years ago, but home secretaries always said no.”
According to Nutt, when Jacqui Smith was at the Home Office, she refused to let him use government money even to bring the head of the Dutch programme to the UK for a meeting. (Smith declined to be interviewed at length for this article, but she did vehemently deny this.)
Luckily, not everyone in power is so resistant. Last year, the Welsh government instituted the Wedinos testing scheme. Wedinos does not operate in clubs. Instead, anyone can send in an anonymous sample, identified only by post code, and find the results online a few weeks later.
Wedinos launched to predictable headlines about helping drug dealers ensure the quality of their supply. In fact, according to Mark Drakeford, the Labour Health Minister responsible, the vast majority of data comes from paramedics and police officers. For £100,000 a year, the information provided is saving lives. “In January, for instance,” says Drakeford, “four young men came into an A&E in North Wales. They had lost their sight, and they had begun to lose the use of their limbs as well. They didn’t know exactly what they had taken. But through the system we were able to identify what they had taken and let the people on the spot know the pharmacology. So they were able to provide effective treatment.”
What about the claims that such an approach seems to endorse dangerous behaviour? Drakeford sighs wearily, like a man who knows that the opinions of a 59-year-old politician are unlikely to affect what a 19-year-old does for fun. “Our first message is not to put yourself in harm’s way,” he says. “But we recognise that however you promote that message there still will be people who find themselves in those circumstances. Our view is that you have got to do the two things at the same time.”
You are probably tired of reading about the “war on drugs”. I know I am. The arguments never seem to go anywhere, and with every new death that ridiculous shorthand comes to seem still more absurd. Today, when I think of the “war on drugs”, I don’t think of a just struggle with a wicked opponent. I think of footsoldiers, and something a little more like the Somme. The people who take drugs aren’t being looked after. Instead, without understanding why, they are being dispatched to the frontlines and sent over the top – by a class of leaders more concerned with their own prospects than with the wellbeing of the very people they have sworn to defend. If this really is a war, why can’t we give them some protection?

04/03/2014

Carnaval 2014: ‘Bloco Redução de Danos’ sensibiliza sobre uso de álcool e outras drogas na folia

Carnaval 2014: ‘Bloco Redução de Danos’ sensibiliza sobre uso de álcool e outras drogas na folia


carnaval
No percurso, serão distribuídos preservativos e água mineral, ao som de uma Banda de Fanfarra | FOTO: Meramente Ilustrativa/Google |
O ‘Bloco Redução de Danos’ realizará, pela quarta vez consecutiva, ação educativa no Carnaval de Salvador – nos dias 26 e 27 -, com o objetivo de sensibilizar os foliões sobre a necessidade de reduzir os danos e riscos causados pelo uso de álcool e outras drogas, além de prevenir a contaminação pelo vírus HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. O bloco é uma iniciativa do Centro de Estudos e Terapias do Abuso das Drogas (CetadD/Ufba), com apoio da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SJCDH). Na quarta (26), a ação ocorrerá durante a Lavagem do Habeas Copos, às 18h30, do Farol da Barra ao Cristo.
No percurso, serão distribuídos preservativos e água mineral, ao som de uma Banda de Fanfarra. Na quinta (27), às 18h, será no Cruzeiro de São Francisco, no Circuito Batatinha (Centro Histórico de Salvador). Profissionais da SJCDH e do Cetad ficarão no local trocando uma lata de cerveja vazia por um copo de água mineral.
Camisas 
A proposta é chamar a atenção dos foliões para a importância de adotar ações de redução de riscos e danos, entre elas, a hidratação durante o uso de substâncias psicoativas, em especial o álcool, que tem o seu consumo aumentado durante o período carnavalesco.
O evento conta com a participação dos serviços da rede pública de referência em álcool e drogas localizados em Salvador e terá 500 camisas distribuídas para profissionais e usuários dos serviços SUS/Suas [Sistema Único de Saúde e Sistema Único de Assistência Social], gratuitamente.

02/03/2014

Empresas de maconha nos EUA 'imploram' a bancos que aceitem seu dinheiro

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