Mãe de britânica de 15 anos que morreu com overdose de ecstasy pede legalização das drogas
Anne-Marie Cockburn quer se encontrar com a ministra do Interior, Theresa May, para discutir a regulamentação de drogas
RIO - Uma mãe britânica, cuja filha morreu de uma overdose de ecstasy, quer se encontrar com a ministra do Interior, Theresa May, para discutir a legalização e a regulamentação das drogas. Anne-Marie Cockburn, de 43 anos, quer que a legislação mude na Inglaterra.
A filha de Anne-Marie, Martha Fernback, morreu aos 15 anos de uma parada cardíaca, duas horas depois de tomar 0,5g de MDMA cristalizado, conhecido como ecstasy, em julho do ano passado.
O Tribunal de Oxfordshire apurou que a estudante, da área de Summertown, em Oxford, tinha tomado uma droga 91% pura — a média de pureza nas ruas no país é de 58%.
“Martha queria se drogar, ela não queria morrer. Nenhum pai quer isso, mas uma dessas opções é preferível”, disse a mãe, depois da audiência no Tribunal de Oxford, de acordo com informações do jronal “Telegraph”. “Gostaria de encontrar com Theresa May, Norman Baker e Yvette Cooper para iniciar um diálogo pela mudança, da proibição para uma regulamentação rigorosa e responsável do uso recreativo das drogas. Isso vai ajudar a proteger nossos filhos e levar a uma sociedade mais segura para todos nós, colocando médicos e farmacêuticos, não traficantes, no controle das drogas”.
O médico legista do condado de Oxfordshire, Darren Salter, chegou à conclusão de que a morte de Martha foi acidental.
“O que está claro é que não há maneira de saber do que [a droga] é feita ou qual é seu nível de pureza. Este é um aviso muito forte do que pode acontecer”, disse o legista.
O inquérito ouviu uma amiga que Martha tinha comprado 1g da droga para dividir com a estudante. A amiga, que não pode ser identificada por ser menor de idade, disse, em uma declaração por escrito, que tinha se encontrado com Martha na manhã da morte da adolescente para andar de caiaque em um clube de remo local.
A garota contou que, depois de andarem de caiaque por trinta minutos, as duas foram para o centro da cidade, onde Martha tomou a droga com água. Ela já tinha visto a amiga tomar MDMA pelo menos três outras vezes, e não estava preocupada.
“Eu ficava perguntando como ela estava se sentindo e ela dizia: “É incrível, parece um sonho. Está melhor do que da última vez que a gente tomou”.
A menina lembrou que a amiga estava agindo de forma estranha, suando muito e com as mandíbulas tremendo, como se estivesse com frio. Ela também ficava sentando o tempo todo, durante a caminhada, para descansar. Ao se unirem a outros amigos para almoçarem, Martha disse que queria nadar um pouco em uma piscina aberta perto de onde estavam, para tentar relaxar. Mas assim que a estudante levantou, ela caiu no chão, bateu com a cabeça e perdeu a consciência.
Os serviços de emergência chegaram rapidamente e Martha foi levada ao hospital, onde foi declarada morta uma hora depois do colapso. Um exame concluiu que Martha havia morrido após sofrer uma parada cardíaca provocada pela ingestão do MDMA.
Desde a morte de sua filha, Anne-Marie criou um site e também escreveu um livro chamado “5.742 dias” (o número de dias que Martha viveu) que ela deseja ver em todas as bibliotecas de escolas secundárias dlo país para “abrir os olhos” dos jovens para o perigo das drogas.
Artigo da Globo.com saiba mais aqui.
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