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07/03/2013

Terapia Ocupacional: Vamos entender esta valiosíssima profissão.

TERAPIA OCUPACIONAL


“Não é fácil ser um homem livre: fugir da peste, organizar encontros, aumentar a potência de agir, afetar-se pela alegria, multiplicar os afetos que exprimem e envolvem o máximo de afirmação”1

Terapia Ocupacional é um campo de conhecimento, regulamentado em nível superior, cujas ações são direcionadas a pessoas que, por uma situação e/ou um contexto, vivem intenso sofrimento psíquico, físico e/ou social. A vida cotidiana é um foco das intervenções, entendendo cotidiano como o social, o contexto em que se vive.2.
A “realidade do fazer” é o ponto de partida do processo terapêutico em Terapia Ocupacional.3 O cuidado se dá através do "fazer com” e do “fazer fazendo”.4 É dessa forma que se cria um campo de experiência onde as necessidades do sujeito serão inscritas.
Utilizando atividades como um instrumento, este encontro terapêutico favorece experimentar, encontrar habilidades, potencial, explorar criatividade, possibilidades de fazer, de estar, de ser... em direção a uma singularização, um modo seu de estar no mundo, de se relacionar.5

“Trata-se de construir ou recuperar a dignidade da experiência e da ação cotidiana. Dessa forma privilegiamos a saúde e particularmente a saúde mental, como gostamos de denominar na prática clínica, espaços saudáveis mentais, físicos e ou sociais, observados através das capacidades e habilidades. Esta é a premissa para o fazer e a construção do cotidiano.”6

No campo das drogas, a Terapia Ocupacional pode “possibilitar aberturas, brechas ou fendas na relação de exclusividade que o dependente estabelece com a droga”.7 O que se coloca é a possibilidade de trocas, a criação de outros territórios para a existência8. A construção de novos lugares e movimentos que possibilitem transitar por outros caminhos, que não somente aqueles marcados pela relação com a substância.

Foco das Intervenções: 
- O foco das intervenções está num encontro que se dá sempre através de uma ação, tendo como referência “tratar com atividades” – instrumento.

- Deslocar-se da identidade absoluta de incapaz, se reconhecer e ser reconhecido de outro lugar.

- Uma clínica que se atém e dá passagem para o imprevisto, o inesperado, invenção de outros viveres9.


O fazer junto em Terapia Ocupacional:

- Experimentar, ter outras vivências, experiências criativas;
- Possibilidade de trocas, a criação de outros territórios para a existência;

Referências

1.      Deleuze G, Parnet C. Diálogos. Editora Escuta. São Paulo: Escuta; 1998. p.75.
2.      Francisco BR. Terapia Ocupacional. Berenice Rosa Francisco. 2ª ed. Campinas, SP: Papirus; 2001 p. 76.
3.      Tedesco AS, Benetton J. A questão da independência e dependência sob o vértice da terapia ocupacional. In: Silveira Filho DX, Gorgulho M. Dependência: compreensão e assistência às toxicomanias: uma experiência do PROAD. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1996.
4.      Benetton MJ, Tedesco S, Ferrari S. Atividades e Dependência em um Método: Terapia Ocupacional Dinâmica. In: Silveira D, Moreira FG. Panorama atual de drogas e dependências. 1ª ed. São Paulo: Ed Atheneu; 2006.
5.      Tedesco AS. A prática da terapeuta ocupacional em farmacodependência: brincando na roda de fogo. Revista Centro Estudos Terapia Ocupacional 1995; (1):50-2
6.       Benetton J, Tedesco S, Ferrari S. Hábitos, cotidiano e Terapia Ocupacional. Revista do CETO, São Paulo 2003; (8): 27-40.
7.       Briguet AN. Ritmos de encontro: a Terapia Ocupacional e a Farmacodependência. São Paulo. Dissertação [Mestrado em Psicologia Clínica] - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo; 2008.
8.       Quarentei MS. Do ocupar a criação de territórios existenciais. X Congresso Brasileiro de Terapia Ocupacional: contextos, territórios e diversidades; 15 a 18 mai 2007. Goiânia – GO. 2007.
9.       Londero MFP, Paulon SM. A clínica enquanto acontecimento. Cad. de Subjetividade. 2012 Out; ano 9 (14): 103-111.



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