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30/05/2015

O MUNDO INTERIOR – DOCUMENTÁRIO SOBRE CARL GUSTA/V JUNG

O MUNDO INTERIOR – DOCUMENTÁRIO SOBRE CARL GUSTAV JUNG
jung05O Mundo Interior é um documentário compilado sobre o médico psiquiatra psicólogo e ensaísta suíço Carl Gustav Jung, figura chave para a história do pensamento humano. Fundador da Psicología Analítica, também chamada Psicologia dos Complexos ou Psicologia Profunda, Jung ficou conhecido pelas provocantes teorias a respeito da constituição da Psique. Elaborou e difundiu ideias como as de Arquétipos (como unidades responsáveis pela estrutura da psique), Inconsciente Coletivo (reservatório comum a todos de disposições anímicas), a noção de Persona (máscaras sociais), Sombra (aspectos renegados e desconhecidos da personalidade), Anima e Animus (arquétipos responsáveis por estabelecer o contato da consciência com o inconsciente), Individuação (realização da vida em plenitude, pela integração de fragmentos dispersos da alma num todo consciente), e mais uma série de noções que engrandeceram o conhecimento do ser humano e das formas como a Natureza opera a partir do ponto de vista psíquico. Em sua prolífica e aprofundada produção, tratou de temas muitas vezes considerados de segunda categoria, como a alquimia, o misticismo, a religião, o simbolismo, as sincronicidades, a filosofia oriental e ocidental e etc. Interessado em descobrir o que fosse da alma humana, Jung estabeleceu-se diante do seu objeto de estudo sempre de maneira única, entendendo que cada um de nós possui sua própria complexidade. É dele a célebre ideia: Conheça todas as teorias, domine todos os processos, mas diante da alma humana, seja apenas uma alma humana.
O documentário está legendado em espanhol.
Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro, desperta.

28/05/2015

Maconha sintética e a era das drogas de laboratório

Maconha sintética e a era das drogas de laboratório

Um grupo de químicos teve uma ideia ousada: usar a tecnologia para desenvolver versões artificiais, mais fortes e mais baratas, das drogas mais usadas no mundo: maconha, cocaína e heroína. Veja no que deu.

Vanessa Vieira e Bruno Garattoni



Cocaína é feita com folhas de coca. A heroína, com uma flor chamada papoula. A maconha é uma planta. As drogas tradicionais têm uma característica em comum: todas são naturais, ou seja, se baseiam em vegetais - que o homem cultiva e depois refina em processos relativamente simples. Mas e se fosse possível usar tecnologias modernas para reinventar essas drogas? Criar versões artificiais da cocaína, da heroína e da maconha, feitas com ingredientes sintéticos, que reproduzam perfeitamente os efeitos delas - mas que tragam várias vantagens, como ser muito mais potentes e baratas e, em alguns casos, possam até ser vendidas legalmente? Isso seria ótimo para os produtores e vendedores. E, quem sabe, o início de uma nova era de polêmica, violência e problemas para a sociedade: a era das drogas sintéticas. E ela já começou.

Em novembro de 2011, a polícia dos EUA invadiu uma casa, em Las Vegas, onde havia um superlaboratório de US$ 30 milhões produzindo versões sintéticas de drogas como maconha e cocaína. Logo depois, os agentes encontraram uma operação ainda maior, no Estado de Utah. Enquanto isso, uma rede de dezenas de empresas continuava comercializando - legalmente - os produtos pela internet. Mas onde surgiram as drogas sintéticas? Quem as inventou? Como são feitas? Que cara têm? Quais são os riscos? E por que a venda é permitida?

As drogas sintéticas se revelaram ao mundo de um jeito estranho: na forma de incenso e sais de banho. Em 2011, mais de 6 mil pessoas sofreram algum tipo de intoxicação, nos Estados Unidos, relacionada a sais de banho: daqueles que se colocam na banheira para fazer espuma. Um número bizarro, 20 vezes maior que o do ano anterior. O incenso também virou uma questão de saúde pública, com quase 7 mil casos de envenenamento - em 2009, haviam sido apenas 14.

Como explicar essa onda? Será que os sais de banho e o incenso haviam sofrido algum tipo de contaminação? A polícia decidiu analisar os produtos, e descobriu que não. Na verdade, não eram sais de banho nem incenso. Suas embalagens diziam isso. Mas dentro delas havia uma nova classe de substância: drogas sintéticas, que haviam sido criadas em laboratório para reproduzir os efeitos entorpecentes de drogas como maconha, cocaína e heroína. Só que os fabricantes usavam produtos químicos permitidos, ou seja, tecnicamente seus produtos estavam sendo fabricados dentro da lei. Geralmente, os produtores são pequenas empresas que funcionam em garagens, porões ou casas na zona rural. "Nos EUA são cada vez mais comuns as histórias de laboratórios caseiros", diz Rafael Lanaro, do Centro de Intoxicações da Unicamp.

A principal empresa do setor se chama Pandora Potpourri e fica num galpão da cidade de Columbia, no Estado do Missouri. Ela produz um incenso, o Bombay Breeze ("brisa de Bombaim", em inglês), que é vendido em pacotinhos de 3 gramas (US$ 13). Seu criador é o empreendedor Wesley Upchurch, de 24 anos, que diz vender 40 mil pacotinhos do produto por mês, por uma rede de 5 distribuidores e 50 lojas, com faturamento de US$ 2,5 milhões por ano. Ele jura que seu produto é apenas um incenso. "Nós não queremos que as pessoas o fumem", declarou à revista americana BusinessWeek.

O suposto incenso lembra um pouco a maconha tradicional, tanto na textura quanto na cor - são fragmentos esverdeados de planta. A planta, no caso, é capim moído, e não dá nenhum barato. O efeito do produto está em pequenos cristais sintéticos, que são difíceis de ver a olho nu e vêm misturados com o capim. São eles que, quando fumados pelo usuário, liberam a substância ativa da droga. Seu nome é CP 47497. Trata-se de um canabinóide sintético, ou seja, uma droga artificial que imita os efeitos da cannabis (maconha). A substância foi desenvolvida nos anos 1980 pelo laboratório Pfizer - suas iniciais homenageiam o fundador do laboratório, Charles Pfizer - e se destina a pesquisas científicas. A sacada dos fabricantes de maconha sintética foi pegar essa substância, cuja produção e comercialização não é ilegal, e vender como droga. Ou melhor, não era: as autoridades estão percebendo a jogada, e a CP 47497 foi proibida nos EUA - mas ela ainda pode ser obtida, pela internet, de fornecedores chineses.

Para ficar um passo à frente, as empresas da maconha artificial migraram para outra substância: a família de compostos JWH (018, 073 e 200, entre outros). São canabinóides sintéticos criados nos anos 1990 pelo químico americano John W. Huffmann, que buscava remédios para aliviar o sofrimento de pacientes de aids e câncer. Acabaram transformados em droga. Huffmann, hoje com 80 anos, está aposentado e não gosta de falar sobre o assunto. Mas, no ano passado, quando a maconha sintética começou a ganhar força, deu a seguinte declaração a uma rádio da cidade onde vive, na Carolina do Norte: "Você não pode ser responsabilizado pelo que idiotas [os usuários] fazem".

"As pessoas acham que, se você pode adquirir essas drogas legalmente, devem ser seguras. Mas elas podem ser muito mais nocivas do que as tradicionais", diz Anthony Wong, diretor do Centro de Assistência Toxicológica (Ceatox) do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo. Para se ter uma ideia, numa análise feita pela polícia científica do Estado americano de Kansas com 100 pacotes de maconha sintética de diferentes fabricantes, concluiu-se que, em alguns casos, os canabinóides sintéticos usados eram até 500 vezes mais potentes do que o THC, princípio ativo da maconha.

Ou seja: eles realmente deixam o usuário doidão. Em alguns casos, até demais. "Se uma das substâncias presentes na droga tem o poder de diminuir as inibições e sua presença é concentrada, um dos efeitos disso é que a pessoa fique mais violenta", explica Wong. "Pessoas sob o efeito dessas substâncias tendem à agressividade, à depressão grave e comportamentos suicidas". Foi o caso do americano Robert Butler Jr, de 17 anos, que disparou contra o diretor e a vice-diretora de sua escola e depois se matou. Exames toxicológicos comprovaram que ele estava sob o efeito de maconha sintética.


O CANIBAL DE MIAMI

A cocaína sintética apresenta o mesmo dilema; é tão forte que pode acabar fazendo a pessoa se descontrolar. Ela é produzida sob várias marcas comerciais. O produto é vendido pela internet, em um pacotinho com 0,2 gramas de pó branco que custa US$ 25. O fabricante insiste: trata-se apenas de um "sal de banho concentrado", que deve ser jogado na banheira e "não é adequado para consumo humano". Na verdade, é uma mistura de MDPV (metilenodioxipirovalerona) e mefedrona, duas substâncias que produzem efeitos similares aos da cocaína: estimulação do sistema nervoso central e euforia. Só que muito mais intensa. Num caso bastante impressionante, que aconteceu em maio deste ano, o americano Rudy Eugene, 31, ficou conhecido como "o canibal de Miami". Aparentemente em transe, ele atacou um mendigo - cujo rosto desfigurou a mordidas. Segundo as autoridades, Rudy estava sob efeito de mefedrona. Ele acabou sendo morto pelos policiais.

A proliferação das novas drogas sintéticas é favorecida por uma série de circunstâncias. Enquanto a fabricação dos entorpecentes tradicionais depende de plantas cultivadas em países como Bolívia, Colômbia e Afeganistão e seu comércio exige uma grande rede de logística e transporte até os mercados consumidores, os ingredientes das drogas sintéticas podem ser obtidos pela internet - onde é possível encontrar quase 4 mil laboratórios chineses oferecendo o JWH, por exemplo.

Além disso, as drogas sintéticas têm alto rendimento. "Para fazer 800 gramas de pó de cocaína, são necessários 100 quilos de folhas. Com as drogas sintéticas, você combina substâncias químicas puras e o aproveitamento é de quase 100%", compara Rafael Lanaro, do Centro de Intoxicações da Unicamp. Ou seja: as quantidades de matéria-prima necessárias para fazer o produto são muito menores, o que torna mais fácil sua importação e manuseio (ou contrabando, nos países onde as substâncias já são proibidas). Para o fabricante, o negócio fica bem mais tranquilo. E lucrativo também.


KROKODILAGEM

A Rússia tem um problema sério com heroína. Todos os anos, acredita-se que 30 mil pessoas morram de complicações ligadas ao uso dessa droga - uma das mais viciantes, cruéis e caras que existem. Sim, caras. Mas algum russo empreendedor teve a ideia de criar uma heroína sintética, que custa apenas um terço do preço: o krokodil. Seu princípio ativo é a codeína, um analgésico opiáceo (análogo à heroína) que é vendido legalmente - é receitado para dores fortes nas costas, por exemplo. Os russos tiveram a ideia de cozinhar a codeína com outros ingredientes, como thinner, ácido clorídrico, iodo, gasolina e fósforo. Isso se transforma numa gosma, um líquido que o usuário coloca numa seringa. E injeta.

Como se fosse heroína. Mas com um problema a mais: a substância causa a necrose (morte) de tecidos nas regiões onde é injetada. Depois de algumas aplicações, os usuários ficam com a pele grossa, morta e esverdeada. Daí a origem do nome: krokodil vem de `crocodilo¿. Se a pessoa continuar usando a droga, o quadro costuma evoluir para a amputação de mãos, braços e pernas. Em geral, os consumidores do krokodil (que se situam principalmente na faixa dos 14 aos 21 anos de idade) não sobrevivem a mais de 3 anos de uso.

O combate às novas drogas sintéticas enfrenta várias dificuldades. A principal delas é o fato de muitas dessas substâncias serem produzidas a partir de componentes químicos legais, presentes, por exemplo, na fórmula de alguns remédios. Mesmo assim, alguns Estados americanos e países já identificaram e baniram substâncias recorrentes nas novas drogas, como a mefedrona, o JWH ou o CP-47 497. Mas quando a polícia científica e pesquisadores conseguem apontar os perigos e o potencial toxicológico de um desses compostos e encaminham às autoridades um pedido para que seu uso seja controlado ou proibido, os produtores criam variações sutis do composto original, com efeitos semelhantes, ganhando tempo até que a nova substância seja detectada e criminalizada.

Nesse jogo de gato e rato entre autoridades e traficantes, em que a legislação pode apenas reagir à medida que as novas drogas vão surgindo, multiplicam-se na internet os sites que comercializam os `legal highs¿, os baratos legalizados.

No Brasil, os relatos relacionados às novas drogas sintéticas ainda são limitados, mas, para os especialistas, isso se deve mais à dificuldade das autoridades de identificar e controlar a entrada delas no país do que a uma ausência das mesmas.

Em agosto do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu a comercialização da mefedrona e de outras duas substâncias similares. Até então, mesmo que uma pessoa fosse flagrada transportando essas substâncias, não podia ser detida pela polícia. Foi quase por acaso que a presença dessas novas drogas sintéticas foi detectada no País. A análise do produto só aconteceu porque agentes apreenderam o material pensando que se tratasse de ecstasy. Entretanto, ao analisar a fórmula química da substância, a Polícia Federal constatou que se tratava de mefedrona. Mas, apesar da proibição, é possível que esses compostos ainda estejam entrando no país e circulando livremente, já que grande parte dos equipamentos para teste de drogas ainda é calibrada para detectar apenas as drogas ilícitas tradicionais.

Mesmo nos países onde o combate às drogas sintéticas já está mais avançado, há dificuldades técnicas e legais para combater sua disseminação. Além do alto custo e da complexidade dos testes para detectar essas drogas, é difícil proibir em bloco as substâncias presentes nas drogas sintéticas, já que elas também estão presentes na composição de medicamentos e outros produtos químicos legais. "Quando os cientistas chegam a detectar e sugerir às autoridades a proibição de algum composto, os traficantes vão pesquisar as bulas dos remédios em busca de novas substâncias e criam combinações diferentes. Eles estão sempre vários passos à nossa frente", admite Anthony Wong, do Hospital das Clínicas. Segundo o coordenador geral de Repressão a Drogas da Polícia Federal, Cézar Luiz Busto, o Brasil já tem investido no combate às drogas sintéticas. "Policiais estão sendo treinados para investigar essas drogas, e temos trocado informações com outros países. Novos equipamentos também têm sido adquiridos para reforçar a vigilância", diz ele. A polícia precisa mesmo se mexer. Porque segundo o relatório World Drug Report, da ONU, a tendência é que, com o aumento das restrições às drogas sintéticas nos países desenvolvidos, a produção e o consumo acabem migrando para a América Latina.

Aconteça o que acontecer, uma coisa é certa: a humanidade sempre consumiu, e irá continuar a consumir, algum tipo de droga. Com todos os riscos que isso acarreta - e com todos os avanços que a tecnologia puder trazer.

Clássico moderno

Walter White é um químico brilhante. Mas ganha pouco como professor, e descobre que está com câncer. Para ganhar dinheiro rápido e deixar uma herança para a família, começa a produzir uma droga ilegal: a metanfetamina (crystal meth). Esse é o enredo da série americana Breaking Bad, que já ganhou 6 prêmios Emmy e muitos fãs no Brasil (onde é exibida pelo canal pago AXN). A série gerou curiosidade sobre a crystal meth, pouco conhecida por aqui. Na verdade, trata-se de uma droga muito antiga, sintetizada em 1919 por um cientista japonês ¿ e usada pelos pilotos americanos na Segunda Guerra Mundial. Depois da guerra, começou a ser consumida ilegalmente pela população civil dos EUA, onde hoje há 1,2 milhão de usuários da droga. A metanfetamina é um estimulante, e produz sensação de euforia. Pode ser fumada ou injetada e é considerada extremamente viciante.

Para saber mais
World Drug Report - ONU, 2011, http://abr.io/2Dfg
Synthetic Cannabinoids and Spice - European Monitoring Centre, 2009, http://abr.io/2Dfi

http://super.abril.com.br/ciencia/maconha-sintetica-e-a-era-das-drogas-de-laboratorio

26/05/2015

Braços Abertos: “Antes dele, 9 em cada 10 viciados desistiam”

Braços Abertos: “Antes dele, 9 em cada 10 viciados desistiam”


Dartiu Xavier, coordenador do programa, rebate matéria da Folha de S. Paulo que gerou polêmica nas redes sociais ao dar conotação negativa à iniciativa. Para Xavier, também professor da Unifesp, trata-se de uma proposta que busca atingir a causa do problema.
Por: Guilherme Franco
Edição: Paulo Roberto Brier D'Auria

Desde a metade da década de 1990, vários prefeitos de São Paulo, bem como os governadores do estado têm procurado acabar com a Cracolândia. No entanto, as ações muitas vezes se resumiram a operações policiais.
Há um ano, a equipe do prefeito Fernando Haddad (PT) colocava em prática uma ação na Cracolândia que acendeu o sinal vermelho de críticos Brasil afora. O programa  “Braços Abertos” busca a redução de danos em que o dependente é incentivado a diminuir gradativamente o consumo da droga, sem internação e com oferta de emprego e renda. A proposta vai na contramão à utilizada pelo governo do estado que prega o tratamento compulsório, permitindo às autoridades ordenarem a internação daqueles considerados em “estágio avançado de dependência”.
Na semana passada a manchete: “4 em cada 10 desistem de ação anticrack de Haddad”, segundo a Folha de S. Paulo deu o que falar nas redes sociais. É preciso valorizar, no entanto, que das 798 pessoas que aderiram ao programa iniciado há um ano e quatro meses; aproximadamente 60% delas continuam o tratamento.  “Antes dele, nove em cada dez viciados desistiam. O programa tem muitas coisas a serem melhoradas, mas algo sim já mudou, e para o bem. Esta é uma forma menos intolerante de lidar com a população”, opina Dartiu Xavier, professor da Unifesp e coordenador de treinamento de agentes da ação da prefeitura. Confira a entrevista.
SPressoSP – Primeiramente, como você avalia o programa “Braços Abertos”?
Dartiu Xavier - É a única proposta que tem alguma fundamentação. É uma mudança de paradigma. Em situações de tanta vulnerabilidade social, favorece-se o uso das drogas e a proposta do “Braços Abertos” busca atingir a causa do problema e não uma consequência ou um desdobramento, como no caso do uso da droga. Esse tipo de tratamento já foi testado em vários países e é o único que funciona.
Em alguns estudos dividiram-se a população em dois grupos de forma que no primeiro, a abstinência era pré-requisito, ou seja, se houvessem recaídas com a droga perderiam alguns privilégios. Já o outro grupo era incentivado a diminuir gradativamente o consumo da droga. Após três anos o resultado mostrou que o trabalho foi mais efetivo com o segundo grupo de que com o primeiro, mostrando que a droga não é a causa, e sim a consequência.
SPressoSP – Há um preconceito da mídia tradicional e de uma parcela conservadora da sociedade com esse tipo de tratamento?
Dartiu Xavier – A nossa sociedade é bastante reacionária e parte da mídia também. Ficamos muito tempo copiando o modelo de guerra às drogas, um modelo lançado na década de 70 pelos EUA. Já na década de 90 os EUA fizeram uma série de pesquisas e constataram que programa de guerra às drogas não eram efetivos.
Outro ponto é que fala-se muito sobre uma questão política de que se você é petista defende tal visão, contudo eu defendo o programa por questão técnica. Antes dele, nove em cada dez viciados desistiam diferente dos nossos dados atuais com o programa. Claro que ainda temos pontos a serem melhorados e já vem mudando. Com o ´´Braços Abertos´´ temos uma forma mais tolerante de lidar com a população e se formos pensar um dos programas implementados anteriormente na Cracolândia chamava-se dor e sofrimento. Como é possível crer que impondo dor e sofrimento àquela população seria uma forma de ajuda?
SPressoSP – O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem projeto antagônico. Batizado de “Recomeço”, o modelo estadual trabalha a saída do vício com tratamentos que incluem isolamento em hospitais e comunidades terapêuticas. Esse choque de gestões prejudica de alguma forma?
Dartiu Xavier – Prejudica muito. No “Recomeço”, eles medem a taxa de sucesso pelo número de internações. Já ouvi histórias de quem já atuou no projeto e contam histórias de arrepiar. Para bater a meta do dia eles saem com a ambulância pegando qualquer morador de rua. Isso é um afronto aos direitos humanos, prendendo uma pessoa só para atender uma meta diária. Isso me parece uma espécie de comércio humano onde o indivíduo é um número para atender o projeto. O “Braços Abertos” é completamente diferente demora-se semanas e até meses para conquistar a confiança da pessoa e assim, construindo-se uma relação afetuosa.
SPressoSP – Os resultados do programa podem representar no futuro o fim da ideia da “internação compulsória”?
Dartiu Xavier – As pessoas não chegaram àquela situação de miséria social por causa da droga mas sim por falta de acesso à moradia, trabalho, educação, saúde, etc. Quando o indivíduo viciado volta para a miséria, ele recai, de forma que é preciso melhorar as condições básicas de vida do usuário. Nesse sentido, como já foi dito, a proposta do Braços Abertos busca atingir a causa do problema e não só a consequência, como no caso do uso da droga.
Tem uma questão muito importante que está por trás de tudo isso que se relaciona ao fato do público ser população de rua. Ninguém gosta de ver miséria e gente se drogando em público e quando se vê o usuário de droga na rua já recebe o rótulo de dependente. Mas e se pensarmos naquelas pessoas que ficam dentro de seu apartamento chique no Jardins cheirando cocaína ou fumando maconha? Eles são dependentes? Grande parte delas não, são apenas usuárias, mas elas estão anônimas. O fato das pessoas se drogarem na rua gera muita visibilidade.
Foto: Marcelo Camargo/ABr

Saiba mais em: http://spressosp.com.br/2015/05/25/bracos-abertos-antes-dele-nove-em-cada-dez-viciados-desistiam/ 

04/04/2015

Psychedelic Drugs ‘Safe as Riding a Bike or Playing Soccer'

Psychedelic drugs like MDMA and magic mushrooms are as safe as riding a bike or playing soccer, and bans against them are “inconsistent with human rights”, according to the authors of a letter published in the Lancet Psychiatry Journal today.

The letter, written by Boston-born Teri Krebs, research fellow within the Department of Neuroscience at the Norway University of Science and Technology and her Norwegian husband Pål-Ørjan Johansen, stresses that national and international policies must respect the rights of individuals who chose to use psychedelics as a spiritual, personal development, or cultural activity.

“Although psychedelics can induce temporary confusion and emotional turmoil, hospitalizations and serious injuries are extremely rare. Overall psychedelics are not particularly dangerous when compared with other common activities,” says Krebs.

The pair have set up a non-profit organisation, EmmaSofia, which aims to expand access to quality-controlled MDMA (ecstasy) and psychedelics and to promote human rights for psychedelic users.

EmmaSofia has launched a crowdfunding scheme to raise $30,000 to build a foundation for their long term efforts to legalise the drugs which they believe can be used to treat addictions to substances like heroin, tobacco and alcohol and to help people suffering from diseases like Parkinson’s.

Johansen, a clinical psychologist with experience in providing treatments for anxiety disorders, suicide prevention and drug and alcohol abuse, used MDMA and magic mushrooms to treat his own alcohol addiction. He believes it is crucial that the drug is made available to others who could benefit from it.

“MDMA is not illegal because it’s dangerous; it can be dangerous because it is illegal,” he said.

He argues that different types of addictions have “commonalities”, and points to a study in the American Journal of Psychiatry which supports the idea that psychedelics could be useful in the treatment of heroin addiction.

“The commonality is that addiction and drug abuse have a function which is to escape from stress and difficult emotions like shame, loneliness, fear, guilt or shyness,” says Johansen. “Recently our colleague, Matthew Johnson, completed a pilot study with psilocybin for smoking cessation, also with encouraging results.”

In the past, psychiatrists have advocated psychedelic drugs as a soothing antidote for people with terminal cancer, arguing that they alleviate anxiety and help patients find new perspective and acceptance. Johansen also suggests the drugs are beneficial for people suffering from life-threatening illnesses, post-traumatic stress disorder and brain injuries as they induce “profound experiences”.

EmmaSofia’s campaign has been backed by numerous academics, including Professor David Nutt, a former drugs advisor to the UK government, who says he believes psychedelics and MDMA have enormous potential as treatments for patients with a range of psychiatric disorders.

But a spokesman for the British governmental organisation Public Health England Health and Wellbeing Directorate says it is unethical to treat an addiction to one drug with another illegal substance and says such an initiative would not have their support in the UK.

A spokesperson for the UK Home Office adds that the government has “no intention of legalising drugs”.

Consultant psychiatrist Dr Paul McLaren, who is based at Priory Hayes Grove Hospital near Bromley, Kent, acknowledges that psychedelic drugs have powerful psychological effects and says the idea that they can be directly therapeutic, or facilitate psychotherapy, is attractive.

He says although there is certainly a need for more effective pharmacological agents to treat psychiatric illness, there is a well-established path for the development of new drugs which have built-in safeguards and ethical constraints, which are “there for a reason and should be followed”.

“There is at present insufficient scientific evidence in the form of adequately powered randomised controlled trials to justify the therapeutic use of these drugs.” he says.

“In a clinical setting we see the adverse psychological consequences of young people using drugs such as MDMA. The effects are often unpredictable and can be influenced by an individual’s vulnerability and the context in which the drug is used. Regular use can have adverse effects on intellectual functioning, and usage can also trigger anxiety and mood disorders.”

“Just because a drug has powerful psychological effects does not mean that those effects are inevitably therapeutic, and it should be subjected to the rigorous testing systems which are in place - as would be the case for novel pharmacological agents.”

However, Johansen points out: “Over 30 million U.S. adults have tried psychedelics and there just is not much evidence of health problems.”

Krebs added: "Drug experts consistently rank LSD and psilocybin mushrooms as much less harmful to the individual user and to society compared to alcohol and other controlled substances.”

31/03/2015

RATOLÂNDIA

RATOLÂNDIA 

HQ original de: Stuart McMillen
Para ampliar a imagem e ter melhor leitura, clique sobre a imagem. 
BOA LEITURA.
Ver completo aqui.

















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