Tradutor (incluindo Português)

Mostrando postagens com marcador SUS. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador SUS. Mostrar todas as postagens

17/11/2014

Carta de Aracaju

Os participantes do XI Encontro Nacional de Redução de Danos, realizada em Aracaju - SE, entre 11 e 14 de novembro vem a público divulgar este documento final, e destacar pontos fundamentais para o enfrentamento da realidade nos âmbitos: saúde, educação, assistência social, habitação e recuperação dos Direitos Humanos no Brasil. Defendemos o fortalecimento da luta anti proibicionista, anti manicomial, anti prisional e o empoderamento da sociedade civil.
- Destacamos o aumento da incidência de casos de DST/AIDS, hepatites virais, tuberculose, transtornos mentais e outros agravos à saúde, principalmente entre populações de maior vulnerabilidade e entendendo que nos últimos anos tivemos um grande esvaziamento de espaços e financiamentos para intervenções entre pares. Entendemos que as intervenções de redução de danos são comprovadamente capazes auxiliar em reverte esses quadros. Considerando o exposto a ABORDA se dispõe a trabalhar na estruturação dos processos de seleção e formação para redutores de danos, que contemplem a figura do “reconhecido saber”.
- A RD relacionada ao uso de drogas é um elemento importante no trabalho com as populações em situação de vulnerabilidade; para tanto, reiteramos a importância de continuidade da política de RD, bem como de novas pesquisas que auxiliem na objetivação de especificidades da compreensão daquela vulnerabilidade e de avaliação de razões de sucesso e insucesso das intervenções. Reafirmamos as diretrizes de protagonismo da população atendida, em todas as instâncias de decisão, cultivado através de capacitações especificas para esse fim.
- Entendemos que a aproximação e o crescimento das articulações entre os diversos movimentos sociais, além da fomentação de espaços intersetoriais de discussão com o poder público, é ponto fundamental para crescimento da participação popular, assim como a ocupação de espaços em conselhos deliberativos e outros fóruns de avaliação, formulação e discussão de politicas publicas. Para tal precisamos garantir a qualificação em Redução de Danos de profissionais da educação, considerando o SPE e PSE, assistência social em especial os dispositivos CRAS e CREAS. Reconhecemos ainda a necessidade de continuar avançando na reforma psiquiátrica, com a integração das ações de RD no SUS, considerado a importância da educação continuada para RD e supervisão clinica institucional e consolidação da rede de atenção psicossocial.
- A ABORDA se opõe enfaticamente às políticas proibicionistas e repressoras, baseadas na ideologia de “guerra às drogas”. Guerra esta que referenda ações como: internação compulsória, encarceramento em massa, genocídio da juventude negra e periférica assim como criminalização da pobreza, tudo isso com financiamento público. Aproveitamos para alertar da necessidade de mudar as ordens de investimento público para tais fins, sugerindo uma nova ordem que priorize investimentos para em políticas de saúde pública e não de segurança pública. Destacamos a preocupação da atual conjuntura politica, com crescimento do conservadorismo e fundamentalismo no Congresso Nacional e na sociedade, nos levando assim a alianças com setores progressistas que pautem alternativas de resistência a essa realidade. Diante disso referendamos a construção dos movimentos sociais e instituições, em torno da Reforma Politica, para que possamos garantir cada vez mais participação social nas decisões coletivas. Nesse sentido é compromisso da ABORDA ter representação nos espaços que deliberem as politicas acima citadas, defendendo uma política libertária, anticapitalista, antiautoritária, antimercadológica.
- Defendemos ações de parceria critica com os governos federal, estaduais e municipais. Pautando nossas ações no acompanhamento via controle social, e na formulação de propostas de fortalecimento de nossas bandeiras politicas.
O fortalecimento de uma sociedade inclusiva, justa com garantia de direitos a todos, necessita de uma revisão de conceitos que atendam os ideais de igualdade e oportunidades. Há 17 anos a ABORDA trilha os caminhos da luta participativa, pois acreditamos que é no somatório das forças e na diversidade de opiniões é que acontecem as transformações.

Aracaju, 14 de Novembro de 2014

Retirado de Abordabrasil

14/07/2014

Residência em Psiquiatria forma profissionais na realidade do SUS

Residência em Psiquiatria forma profissionais na realidade do SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) é uma das maiores e mais complexas estruturas de saúde pública do mundo. Atuar no SUS é uma experiência que, além da formação técnica, exige dos profissionais de saúde sensibilidade e conhecimentos específicos. Foi pensando nisso que a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançou este ano a Residência em Psiquiatria. Desde março, um grupo de seis médicos participa da especialização, que tem abordagem comunitária e estratégias voltadas para as políticas públicas em saúde mental.

Com duração de três anos, a especialização é credenciada pelo Ministério da Educação e orientada por psiquiatras da rede municipal. Oferece aos profissionais a vivência no SUS, incluindo atendimentos ambulatoriais, unidades básicas de saúde, de pronto atendimento (UPA) 24 horas, clínica hospitalar, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Consultório na Rua. “A intenção é formar profissionais com uma concepção de saúde ampliada, que respeita as diversidades e mantém o paciente inserido em seu território, utilizando toda a estrutura do SUS para isso”, explica o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda.

Entusiasta da importância da residência feita no SUS, a psiquiatra Sabrina Stefanello é uma das orientadoras da especialização. “Minha formação em psiquiatria foi hospitalar e não saí preparada para trabalhar em uma rede tão complexa como a do SUS. Aprendi o funcionamento de cada setor na prática e esse é o principal ganho desta residência”, afirma.

Segundo ela, a residência garantirá aos profissionais conhecimento de toda a estrutura da saúde, como cada setor pode contribuir no tratamento dos pacientes e, principalmente, como se comunicar com esses setores. “Enfatizamos muito a importância da comunicação entre os setores e da responsabilidade que cada profissional tem com os pacientes, mesmo depois que ele migrou para outro serviço”, explica.

A médica residente Letícia Santos trabalhou um ano com o Programa Saúde da Família e outro na Marinha antes de iniciar a especialização em psiquiatria na rede municipal de Curitiba. “Aqui tenho a oportunidade de trabalhar com pacientes com as mais diversas necessidades em saúde mental e discutir a melhor forma de atuar em cada uma delas”, diz.

Residência

As atividades são desenvolvidas na forma de treinamento em serviço, por meio da integração ensino-serviço, e os conteúdos envolvem ações de promoção, prevenção e reabilitação individual e coletiva.

Um diferencial do programa de residência é o funcionamento do campo de estágio em um território definido. Os residentes atendem pacientes em dispositivos assistenciais com complexidades diversas dentro deste território e isso permite que construam na prática o trabalho na rede.

A avaliação dos residentes é feita por meio do acompanhamento dos orientadores nas visitas domiciliares, análise de atendimentos, discussão dos casos clínicos, análise de casos, grupo de trabalho, discussão de temas, conceituação teórica e elaboração de trabalhos científicos e projetos de intervenção.

Criança e Adolescência

A Secretaria também está ofertando desde o início deste ano a subespecialidade de Psiquiatria Infantil e da Adolescência. Com um residente, esta especialidade – que  equivale ao quarto ano de psiquiatria – se propõe a aprimorar os conhecimentos clínicos do médico residente para oferecer um atendimento ainda mais especializado na área da saúde mental para crianças, adolescentes e familiares e também otimizar o trabalho intersetorial com todos os envolvidos na reabilitação da criança e do adolescente e no fortalecimento da rede de apoio como a família, escola, unidades básicas de saúde, locais de abrigo e conselho tutelar.

“Para cuidar de crianças e adolescentes é essencial uma abordagem diferente da utilizada com os adultos. Aprender essas diferenças e sutilezas no tratamento faz uma grande diferença na sua efetividade”, conta Andrea Stachon, orientadora da subespecialidade de Psiquiatria Infantil.

Saiba mais aqui.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...