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09/06/2013

Provar álcool antes dos 12 anos eleva em 60% risco de abuso na adolescência

Provar álcool antes dos 12 anos eleva em 60% risco de abuso na adolescência

Estudo da Unifesp foi feito com base em entrevistas com 17 mil adolescentes do ensino médio de 789 escolas públicas e privadas do Brasil.


Davi Lira - O Estado de S.Paulo
João tinha 11 anos quando experimentou vinho oferecido pelos pais, em 2008. Aos 15, foi a vez do primeiro pileque, causado pelo consumo excessivo de vodka com energético numa festa com amigos. "Agora, quando chego meio bêbado em casa minha mãe sabe que eu bebi, mas finge que não sabe", diz o jovem de 16 anos, aluno do 2.º ano do ensino médio de um colégio tradicional de São Paulo. Hoje, ele diz que consome frequentemente álcool com os colegas.
Antonio experimentou vinho com o tio aos 13 anos: 'Bebia golinhos, não passava disso' - Lucas Barros/Estadão
Lucas Barros/Estadão
Antonio experimentou vinho com o tio aos 13 anos: 'Bebia golinhos, não passava disso'
A primeira experiência do estudante com vinho pode explicar e até justificar o seu hábito de consumo atual. É o que revela uma pesquisa inédita da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) feita com base em entrevistas realizadas com 17 mil adolescentes do ensino médio de 789 escolas públicas e privadas de todo o País.
O estudo, feito pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) da Unifesp, constatou que um simples gole ou experimentação de qualquer bebida alcoólica feita por crianças menores de 12 anos aumenta em 60% as chances de elas, quando adolescentes, consumirem álcool abusivamente.
"O contato que a criança tem com bebidas na infância pode não gerar apenas um adolescente que ocasionalmente fica de porre. Ela pode acabar adquirindo o padrão abusivo de consumo de álcool", afirma Zila Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.
A pesquisa também constatou que, dentre os estudantes que afirmaram ter consumido algum tipo de bebida alcoólica na vida (82% dos entrevistados), 11% experimentaram antes dos 12 anos.
Para a nutricionista Camila Leonel, o consumo precoce tem um impacto claro na saúde do jovem. "O álcool causa modificações neuroquímicas, com prejuízos na memória, aprendizado e controle dos impulsos. O sistema nervoso dos menores ainda está em desenvolvimento", afirma.
E para evitar o contato inicial com a bebida não basta apenas que os pais proíbam o acesso ao álcool, segundo Ilana Pinsky, vice-presidente da Associação Brasileira de Estudo de Álcool e Drogas (Abead). "Se os pais têm o hábito de beber todos os dias para relaxar, por exemplo, não adianta conversar muito sobre como beber de forma responsável", diz ela.
Ilana critica a "enorme" quantidade de bebidas que há dentro dos lares de muitos brasileiros. "Os pais têm de ter cuidado com os bares que ficam dentro das próprias casas, para que as crianças não tenham acesso a eles", diz.
Na casa da empresária Cláudia Silva, que tem uma filha menor de idade, não há esse risco. "Aqui em casa é zero álcool. Nada disso de dar só um golinho para experimentar", diz a mãe.
Propaganda. Mesmo com o controle dos pais, há outros fatores que podem influenciar a entrada precoce do álcool na vida dos menores. "A propaganda de cerveja na televisão, mesmo não sendo direcionada à criança, influencia o consumo. Ela acaba se associando com atividades esportivas, coisas que o adolescente gosta", afirma Edgard Rebouças, coordenador do Observatório da Mídia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e conselheiro do Instituto Alana.
Segundo a Ambev, uma das maiores empresas de bebidas do mundo, o consumo de bebidas por menores é algo que a marca quer evitar. "Esse lucro não nos interessa. Fazemos de tudo para que essa relação do menor com a bebida não aconteça", diz Ricardo Rolim, diretor de relações socioambientais da Ambev. Ele cita programas da empresa, como o Jovem Responsa, que, em parceria com 21 ONGs de todo o País, já levou orientações de consumo consciente a mais de 57 mil jovens direta e indiretamente.
Para Betânia Gomes, que pesquisou o tema na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo (USP), faltam políticas públicas mais efetivas sobre a questão. "Precisamos de mais iniciativas oficiais de promoção e campanhas educativas para que esses meninos e meninas não comecem a beber tão cedo", diz a pesquisadora. 

Para ver o artigo do Estado de São Paulo completo, clique aqui.

08/05/2013

´´ COMO AJUDAR UMA PESSOA ALCOOLISTA ´´


Vídeo do Albert Einstein sobre

´´ COMO AJUDAR UMA PESSOA ALCOOLISTA ´´


Você sabia que 12% dos brasileiros têm problemas com o álcool? 
E como lidar com essas pessoas? 
Veja as dicas da nossa psicóloga, Dra. Lara Soares de Souza



Para ver o vídeo no YOUTUBE, CLIQUE AQUI.






15/03/2013

Alcoólicos Anônimos: É preciso dar mais do que doze passos


É preciso dar mais do que doze passos

Um estudo conclui que, sozinho, o método preconizado pelos Alcoólicos Anônimos para livrar dependentes da bebida tem pouca eficácia.


Kalleo Coura
Foto Marcos Hermes
"SÓBRIOS SÓ POR HOJE"
O tratamento do AA baseia-se no apoio de outros dependentes e na força de vontade, exercício que tem de ser diário
Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo traz uma boa e uma má notícia para dependentes de álcool que decidiram apostar em grupos de autoajuda para livrar-se do vício. A boa notícia é que entre os dependentes que frequentam ao menos duas vezes por mês as reuniões dos Alcoólicos Anônimos (AA), o mais conhecido desses grupos e objeto da pesquisa da Unifesp, 45% conseguem ficar abstêmios por seis meses, período mínimo necessário para considerar o resultado do tratamento satisfatório. O problema é que menos de 19% dos que lá ingressam mantêm a assiduidade exigida - o que conduz à segunda notícia: as chances de uma pessoa conseguir parar de beber por meio do ingresso no AA são as mesmas de quem tenta fazer isso sem ajuda nenhuma. Em outras palavras: o AA, segundo o estudo da Unifesp, não funciona - ao menos não sozinho.
Para conduzirem o estudo, pesquisadores do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp acompanharam durante meio ano 257 dependentes de álcool que foram encaminhados ao AA. No fim desse período, apenas 49 haviam comparecido aos encontros pelo menos uma vez por mês. A "falta de identificação" com o método foi a resposta mais citada pelos desistentes, mas o "ambiente pesado" das reuniões, justificado pela recorrência de relatos considerados "depressivos", também foi mencionado com frequên-cia. A barwoman Renata (nome fictício), de 41 anos, dependente de álcool desde os 26, conta que não conseguiu ir a mais do que quatro encontros do AA. "Minha vontade de beber, em vez de diminuir, aumentava com as sessões", diz ela. "As pessoas só falavam em álcool durante uma hora e as histórias eram sempre tristes. Um dia, saí de lá e fui direto para o bar", conta. A incapacidade de reter os frequentadores é o principal problema do AA, segundo o estudo do Proad, mas não é o único.
Foto: Lailson Santos
EFEITO INVERSOA barwoman Renata foi a quatro encontros do AA e desistiu: "Minha vontade de beber aumentava em vez de diminuir"

De acordo com o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Proad, o método dos Alcoólicos Anônimos é particularmente ineficaz para duas categorias de alcoólatras: os que têm dificuldade de falar em público, uma vez que a verbalização da doença está na base do tratamento da associação, e os que sofrem de algum tipo de problema psiquiátrico - caso de três em cada quatro dependentes de álcool, afirma ele. Na origem da segunda incompatibilidade está o fato de que, não tratado, o distúrbio psiquiátrico torna a abstinência um objetivo bem mais difícil de atingir. 
Tome-se o exemplo de alguém que sofre de depressão ou fobia social. Se ele estiver habituado a recorrer a um copo bem cheio para amenizar a intensidade da tristeza ou a dificuldade de se relacionar com as pessoas, terá mais problemas para livrar-se da bebida. O representante comercial Eduardo (nome fictício), de 40 anos, além do alcoolismo, sofria de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Participou de cinco grupos de autoajuda e não conseguiu ficar mais do que alguns dias longe de um copo. Hoje em tratamento psiquiátrico, está há oito meses sem beber. "Identificar se algum transtorno levou o indivíduo à dependência é fundamental no tratamento do alcoolismo", diz um dos autores do estudo do Proad, o psiquiatra Mauro Terra, do Centro de Estudos José de Barros Falcão.
O psicólogo americano William Richard Miller, professor aposentado de psicologia e psiquiatria da Universidade do Novo México, analisou uma série de pesquisas sobre a eficácia do AA, algumas apontando taxas de recuperação de até 81%. Chegou à conclusão de que muitas delas apresentavam resultados inflados, por causa de erros metodológicos. Em compensação, obteve um dado animador. Descobriu que a participação assídua em grupos de autoajuda faz crescer em até 10% a chance de abstinência no caso de um dependente de álcool que já esteja em tratamento psiquiátrico.
Criado em 1935 nos Estados Unidos, o modelo dos Alcoólicos Anônimos parte do princípio de que só um alcoólatra pode ajudar outro - o que ocorreria por meio do apoio mútuo, do compartilhamento de experiências e do compromisso de seguir os doze passos, conjunto de princípios que forma a base metodológica do AA (o primeiro passo prega a admissão da impotência do doente diante do álcool e o segundo invoca a crença de que a sua recuperação depende de um poder superior). O método é hoje seguido por 2 milhões de pessoas em mais de 160 países. No Brasil, existem em torno de 6.000 grupos de Alcoólicos Anônimos, que, segundo a entidade, reúnem 110 000 membros - aqueles que comparecem ao menos uma vez por semana às sessões ou participam dos encontros on-line.
Foto: Pedro Rubens
ALÉM DO ALCOOLISMO
Com depressão e TOC, Eduardo, dependente de álcool, tentou cinco grupos de autoajuda antes de recorrer ao psiquiatra
Embora admita que o AA tem limitações, o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, coordenador do Grupo de Estudos de Álcool e Drogas da Universidade de São Paulo, afirma que não se pode desprezar a sua relevância, sobretudo para "os que não podem arcar com os custos de um tratamento médico e aqueles que possuem algum tipo de crença espiritual". Tanto isso é verdade que os doze passos hoje já não são usados exclusivamente pelos grupos de autoajuda. "Muitas clínicas de recuperação de dependentes de álcool adotam a cartilha", diz o psiquiatra Marcelo Niel, do Proad. O coordenador do grupo, Dartiu Xavier da Silveira, chama atenção, no entanto, para o fato de que a combinação de dois fatores - remédios e psicoterapia - é um dos caminhos comprovadamente mais bem-sucedidos até hoje na reabilitação de alcoólatras. A taxa de abstinência, nesse caso, chega a 36%, contra a de 9% obtida por indivíduos que apenas recorrem aos grupos de autoajuda. Força de vontade e palavras de apoio são essenciais, mas a estrada rumo à sobriedade requer mais do que doze passos.

Artigo retirado da Revista Veja, para ver o artigo completo, clique aqui.



04/02/2013

Lysergic acid diethylamide (LSD) for alcoholism: meta-analysis of randomized controlled trials


Segue o artigo citado pelo Prof. Dartiu Xavier da Silveira na Reunião Geral do Proad de hoje, dia 04/02/2013.


Lysergic acid diethylamide (LSD) for alcoholism: meta-analysis of randomized controlled trials

    1. Department of Neuroscience, Faculty of Medicine, Norwegian University of Science and Technology (NTNU), Trondheim, Norway

    1. Department of Neuroscience, Faculty of Medicine, Norwegian University of Science and Technology (NTNU), Trondheim, Norway


Abstract


Assessments of lysergic acid diethylamide (LSD) in the treatment of alcoholism have not been based on quantitative meta-analysis. 
Hence, we performed a meta-analysis of randomized controlled trials in order to evaluate the clinical efficacy of LSD in the treatment of alcoholism. Two reviewers independently extracted the data, pooling the effects using odds ratios (ORs) by a generic inverse variance, random effects model. 
We identified six eligible trials, including 536 participants. There was evidence for a beneficial effect of LSD on alcohol misuse (OR, 1.96; 95% CI, 1.36–2.84; p = 0.0003). Between-trial heterogeneity for the treatment effects was negligible (I² = 0%). Secondary outcomes, risk of bias and limitations are discussed. 
A single dose of LSD, in the context of various alcoholism treatment programs, is associated with a decrease in alcohol misuse.

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